Ministério Grão De Trigo

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ANTICRISTO

AS PROFECIAS

Capítulo 1

Anticristo, livro por David W. Dyer

Publicacao Grao de Trigo

Escrito por David W. Dyer

ÍNDICE

Capítulo 1: AS PROFECIAS (Capítulo Atual)

Capítulo 2: O ANTICRISTO

Capítulo 3: UM “GOVERNO MUNDIAL”

Capítulo 4: O TEMPO DE DEUS

Capítulo 5: PERSEGUIÇÃO

Capítulo 6: A MARCA DA BESTA

Capítulo 7: GUERRA CONTRA OS SANTOS

Capítulo 8: SINAIS IMPORTANTES

Capítulo 9: DIGNOS DE ESCAPAR



PREFÁCIO

Neste livro, estaremos investigando as pessoas e eventos envolvidos no fim desta era. É possível que muitas das ideias aqui apresentadas sejam novas ou diferentes daquilo que você ouviu no passado. Tendo isto em mente, este autor gostaria de lhe fazer um pedido: Por favor, não simplesmente reaja emocionalmente a estas coisas. Não feche os seus olhos espirituais e a sua mente. Ao invés disto, pesquise as escrituras por si mesmo. Leia e releia as passagens bíblicas. Familiarize-se com elas. Não há necessidade de tomar a minha palavra como autoridade. Pese o que é dito aqui por si mesmo. Abra a Bíblia e o seu espírito para Ele e permita que Ele lhe mostre qualquer coisa que você precisa ver.

Ao nos aproximarmos do final desta era, parece lógico que o Senhor esteja trazendo mais e mais revelações ao nosso entendimento. Sem dúvida, ao vermos os dias finais se aproximando, estas coisas se tornarão cada vez mais claras.

No entanto, muitas revelações proféticas são compreendidas com clareza somente depois do desdobramento de todos os eventos ou enquanto eles estão acontecendo. Por exemplo, muitas das profecias concernentes à vinda do Messias foram compreendidas somente quando elas estavam se cumprindo ou mesmo depois da Sua morte.

Portanto, embora possamos ser capazes de perceber com antecedência algo daquilo que vai ocorrer, ninguém jamais terá uma compreensão completa, com todos os detalhes, de todos os eventos futuros.

Com certeza, Deus vai mostrar aos Seus servos muitas coisas que vão acontecer. Entretanto, a compreensão completa virá somente, inevitavelmente, depois da ocorrência do fato.

Como qualquer discussão sobre o futuro, este autor irá ceder, de vez em quando, a certa conjectura. É quase inevitável que, ao lermos as Escrituras proféticas, tentemos imaginar como elas poderão se enquadrar à situação do nosso mundo atual. O resultado é que sempre há algum grau de suposição.

Quando escrevermos algo com incerteza, ou quando algum grau de especulação for expresso, isso será indicado pelo uso das palavras “possivelmente”, “pode ser”, “talvez” etc. O leitor deve compreender que quando tais palavras são usadas, o autor está fazendo um tipo de suposição catedrática sobre o futuro. Tal especulação não deve ser tomada como fato.

Farei todo esforço, nesta obra, para afirmar com clareza quando o registro bíblico é bastante claro e quando algum grau de imaginação está sendo empregado.

D.W.D.



Capítulo 1: AS PROFECIAS


PARTE 1: O CARNEIRO E O BODE

Alguns anos atrás, estava numa conversa com uma jovem. Nesta conversa ela começou a me falar sobre o pai dela. O pai dela foi um juiz. Há pouco tempo ele tinha perdido a esposa, por causa de um câncer, creio. Ele tinha se aposentado recentemente do magistrado e decidido fazerfuma viagem à Inglaterra, talvez para distrair sua mente da recente perda.

Já em Londres, enquanto deixava uma calçada para atravessar uma rua, ele olhou para a esquerda, como costumeiramente fazia para observar o tráfego. Não vendo qualquer veículo, ele prosseguiu em direção à rua, onde foi atropelado e morto por um ônibus que vinha da outra direção.

Veja bem, ele estava olhando para a direção errada. Consequentemente, estava cego com relação a um dos lados. Ele estava olhando para a esquerda, como teria feito nos Estados Unidos, e não para a direita, como deveria ter feito na Inglaterra. A explicação para isto é que o tráfego na Inglaterra flui em direções opostas ao dos Estados Unidos.

Há uma pequena lição espiritual aqui: Muitos cristãos incorrem no mesmo perigo de estarem com uma visão errada quanto à vinda do Anticristo e quanto aos eventos do final dos tempos. Por que? Porque eles estão olhando para a direção errada. Devido aos ensinamentos que receberam, eles estão com a atenção voltada para a vinda de Jesus, associando-a a certos eventos, para o cumprimento de algumas profecias. Mas muitos destes ensinamentos parecem estar equivocados. Há grande possibilidade de que esses crentes estejam mal informados e, portanto, mal direcionados.

Muitos estão procurando hoje por um “Império Romano revificado”, que se levantará para ser o reino do Anticristo. Outros crêem que haverá, em breve, “um governo mundial”, talvez com as Nações Unidas assumindo o controle do mundo. Outros ainda acham que o Anticristo será um cristão apóstata ou ex-judeu. Muitos parecem pensar que algum tipo de “microchip” será a marca da besta. Todavia, quando nós olhamos cuidadosamente para as profecias concernentes a essas coisas, um quadro totalmente diferente emerge.

Este livro é uma tentativa de prover um novo ponto de vista concernente aos tempos do fim. Aqui, investigaremos, a partir das escrituras, a localização exata de onde o Anticristo deve se levantar. Em seguida, veremos onde precisamente os seus dez reis e seus reinos serão localizados. Isso, então, capacitará os crentes a olharem para a direção correta e a não serem surpreendidos quando esses eventos começaram a se desenrolar.

Há hoje muita confusão e especulação, na igreja, sobre o futuro Anticristo. Entretanto, muitas das escrituras concernentes à sua pessoa e ao seu surgimento em breve são bastante claras e fáceis de compreender. Essas coisas não são tão misteriosas e difíceis como parecem.

Enquanto investigamos juntos algumas das profecias do Velho e do Novo Testamentos, não se sinta, por favor, intimidado por elas. Num primeiro momento, as imagens de bestas, chifres etc., podem parecer um pouco assustadoras.

No entanto, a Bíblia usa essas imagens de uma forma lógica e consistente. Em muitos casos, elas são quase tão simples como uma estória infantil, usando figuras e quadros, tais como animais, para explicar o futuro.

DE ONDE VIRÁ O ANTICRISTO?

A primeira coisa que é muitíssimo clara, ao lermos as profecias do livro de Daniel, é onde se originará o Anticristo. Ele se levantará no Oriente Médio. Isso está correto. O Anticristo não virá de Roma, da Europa ou de qualquer outra parte do globo, mas claramente se levantará do Oriente Médio.

Por favor, lembre-se deste fato, porque ele é uma chave importante para entendermos os eventos que se revelarão no fim desta era. Agora vamos olhar as escrituras que nos ensinam esta verdade. Se você não está intimamente familiarizado com elas, é possível que você ache a discussão seguinte mais fácil, se separar algum tempo para ler o capítulo 8 de Daniel neste instante.

O lugar de origem do Anticristo é, talvez, o que é mais evidente na visão que encontramos no capítulo 8 de Daniel. Esta visão diz respeito a dois animais: um cordeiro, que tem dois chifres; e um bode, que tem um grande chifre. Na visão, o bode ataca o carneiro e o destrói.

Um anjo explica a Daniel o que estes dois animais representam. Ele diz: “Aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e Pérsia” (Dn 8:20). Assim, o cordeiro é o império Medo-Persa, e os dois chifres representam os dois líderes deste império. Este é o império que conquistou a Babilônia nos dias de Daniel (Dn 5:30,31). O bode representa o império de Alexandre, o Grande. O anjo explica: “...mas o bode peludo é o rei da Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei” (Dn 8:21).

Este é um fato histórico: Alexandre, o Grande, conquistou o império Medo-Persa. Este, então, é o cumprimento dessa visão profética do livro de Daniel, isto é, o bode destruindo o carneiro. Isso é muito simples e de fácil compreensão.

O reino de Alexandre teve a Grécia como base. Da Grécia, o seu reino se expandiu para o leste, para o que hoje é conhecido como a Turquia, o Iraque, o Irã e o Afeganistão – todos no caminho para a Índia. Ele também conquistou o sul, incorporando o Oriente Médio e o Egito.

É válido pontuar aqui que o reino de Alexandre incluía muito pouco da moderna Europa. A extensão do império de Alexandre pode ser vista a partir do mapa a seguir.

Reino de Alexandre o Grande para entender melhor a biblia
Reino de Alexandre o Grande

Mais tarde, nesta mesma visão, é revelado o que aconteceria a Alexandre. Ele estabeleceria um tremendo império, estendendo-se da Grécia à Índia e descendo até o Egito. Mas o que aconteceria, então? Vemos na profecia que o grande chifre do bode, representando Alexandre, é quebrado. Isso ocorre depois que ele se torna “muito grande” e “forte” (Dn 8:8). No lugar deste chifre de bode, quatro outros chifres aparecem. O que isso poderia significar? Isso também tem uma interpretação lógica e simples.

É um fato histórico que Alexandre morreu repentinamente, no auge do seu poder. Debate-se a forma como ele morreu: Se num estado de embriaguez, por algum acidente ou veneno, não se tem certeza. Nós provavelmente só saberemos isso mais tarde. Mas o que é importante aqui é que ele morreu abruptamente. Após a sua morte, o império foi dividido entre os seus quatro generais.

Isso também é predito pela Bíblia:

“...que-brou-se-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu” (Dn 8:8). Os quatro chifres aqui representam os quatro novos líderes. Dessa forma, somos informados pela profecia de Daniel sobre alguns eventos que já se tornaram história.

Vamos pausar um minuto e fazer um breve resumo. Primeiro, somos informados sobre o império Medo-Persa (o “carneiro”). Depois, é mostrado que ele seria destruído por Alexandre, o líder da Grécia (o bode). Em seguida, somos informados que Alexandre morreria repentina-mente e que seu reino seria dividido em quatro partes, que, agora sabemos, foram lideradas por quatro dos seus generais.

Por que esta história antiga nos interessa? A razão é que ela nos mostra claramente de onde o Anticristo virá. Ele se levantará de um território de um destes quatro generais.

Por favor, preste cuidadosa atenção a isto: O Anticristo virá de uma das partes do império de Alexandre. Nós sabemos disso por causa da escri-tura, que diz: “...de um dos chifres [referindo-se aos quatro chifres] saiu um pequeno chifre, e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa [que, provavelmente, significa Israel]” (Dn 8:9).

Nas escrituras, o Anticristo é frequentemente mencionado como o “chifre” ou “pequeno chifre” (Dn 7:8,11,20,21; 8:9). Está claro que este “peque-no chifre” é o Anticristo, por causa de suas atividades, as quais são descritas em Daniel 8:10-13 e também nos versos do capítulo 7, que foram lista-dos acima.

Somos explicitamente informados aqui que o “pequeno chifre”, que representa o Anticristo, virá de alguma parte do mundo que pertencia ao império de Alexandre. Ele virá do território de um dos quatro “chifres”. Isso nos dá uma direção clara para a qual olhar. A visão que Daniel teve não focaliza a Europa, mas partes do globo que estão ao “leste” e ao “sul” da Grécia, isto é, o Oriente Médio.

Essa é uma pista muito boa. Mas Deus não nos deixa especular sobre isso. Ele define ainda mais exatamente de onde o homem do pecado virá. Ele nos fornece uma profecia ainda mais explícita, a qual examinaremos na próxima seção

PARTE 2:

UMA PROFECIA HISTÓRICA

Nos dois capítulos de Daniel, que nós estudaremos aqui, Deus nos revela com detalhes o lugar de origem do Anticristo. Ele traça para nós uma linhagem, começando novamente com os Medo-Persas e Alexandre, passando por seus sucessores e chegando, finalmente, até ao próprio Anticristo. Mais uma vez, essas coisas são simples de serem entendidas. Enquanto prosseguimos, veremos a notável precisão com a qual Deus prevê o futuro.

A visão dos capítulos 10 e 11 de Daniel é trazida pelo glorioso anjo, em resposta às orações de Daniel (Dn 10:5,6), que estava jejuando e orando por mais entendimento quanto ao futuro. Deus ouviu suas orações e enviou o anjo para iluminá-lo. Mas o mensageiro foi detido por um anjo mal, por “três semanas completas” (Dn 10:2), ou “vinte e um dias” (Dn 10:12, 13).

Pode ser que a compreensão dessa visão tenha sido também adiada para muitos crentes. Mas creio que ao nos aproximarmos do fim desta era, Deus está abrindo a Suas escrituras e quer dar aos Seus filhos uma compreensão daquilo que virá sobre nós. Nessa visão, Deus focaliza a nossa atenção ainda mais especificamente no lugar onde o Anticristo se levantará. Isso começa com aquilo que, para nós, é simplesmente História Antiga.

Apenas voltando à última visão, o relato começa informando-nos sobre o futuro do império Medo-Persa, onde Daniel estava vivendo naquele tempo. Em seguida, nós somos novamente informados a respeito de Alexandre, o Grande (Dn 11:3), e os seus quatro generais que dividiram o seu império (Dn 11:4).

PTOLOMEU E SELEUCO

Depois, a visão focaliza-se em dois generais. Essa parte sobre os dois generais é nova; portanto, acompanhe-a com cuidado, por favor. Um general é chamado o “Rei do Sul” (Dn 11:5). Historicamente, esse rei foi o general chamado Ptolomeu, que assumiu o controle do Egito depois da morte de Alexandre, o Grande. Chamá-lo o “Rei do Sul” faz perfeito sentido para um israelita tal como Daniel, já que o Egito está ao sul de Israel.

O outro rei é o “Rei do Norte” (Dn 11:6). O general que assumiu o controle da área ao norte do Egito foi alguém chamado Seleuco. Ele assumiu o comando do que hoje é conhecido como Oriente Médio.

À medida que avançamos, ficará claro que o Anticristo se levantará do território de um desses dois generais. Portanto, nós temos agora estreitada a área para a qual devemos olhar. Ao invés dos quatro chifres, restam-nos agora apenas dois. A respeito de qual dos dois é “o chifre” que governa a área do futuro Anticristo, isto se tornará claro à medida que avançarmos.

As passagens seguintes do capítulo 11 tratam dos relacionamentos entre esses dois reis e seus sucessores. É uma história que cobre vários séculos e envolve vários governantes, que vieram depois do “Rei do Norte” e do “Rei do Sul”.

À medida que você lê essa passagem, notará uma série de guerras, intrigas, casamentos e interações entre esses dois reinos. Esses são eventos históricos que foram preditos antecipadamente por Deus e, até o verso 35, já aconteceram.

À direita nós temos um quadro dos sucessores de Alexandre e dos dois generais. Isso deve ajudar o leitor a ter uma imagem visual da profecia. Essa lista abreviada dará ao leitor uma ideia de como e quando todos esses eventos aconteceram. Esses reis são representados por dois dos quatro “chifres”, em Daniel 8:8.

Não é essencial que as pessoas se lembrem de todos esses reis e de seus feitos, nessas duas colunas. O que é importante compreender é que será do lado dos “Reis do Norte” que finalmente se levantará o Anticristo. Esta informação nos aponta uma direção clara e específica. Se você estiver interessado num estudo mais detalhado sobre esse assunto, eu gostaria de recomendar-lhe um livro intitulado: Daniel, a Chave para a Revelação Profética, de John F. Walvoord, publicado pela Moody Press. De acordo com Walvoord, essa visão de Daniel, capítulo 11, até o verso 35, contém 135 previsões que já foram literalmente cumpridas.

Diagrama das profecias em Daniel que já se cumpriram

ANTÍOCO IV EPÍFANES

A nossa investigação agora continuará com o foco em alguém chamado Antíoco Epífanes. Ele é o penúltimo governante da nossa lista dos “Reis do Norte”. Ele é o último sucessor de um daqueles generais de Alexandre mencionado na Bíblia. Walvoord afirma: “O título Epífanes, que significa ‘glorioso’, foi um título que Antíoco deu a si mesmo, mantendo o seu desejo de ser considerado como deus.”

Esse governante é chamado de “homem vil” (Dn 11:21). Ele não era um herdeiro legítimo do trono do Reino Sírio. Mas parece que ele foi um articulador muito sagaz. Ele conseguiu assumir o controle do reino mediante “intriga”. Talvez por esta razão não lhe foi dada a “dignidade real” (Dn 11:21). Parece que Antíoco foi uma pessoa ávida pelo poder, sorrateira e violenta. “Vil” parece uma descrição muito precisa.

Depois de consolidar o seu poder, ele começou a perseguir o povo judeu. Ele trabalhou para forçá-lo a mudar suas leis, incluindo o cessar dos sacrifícios. Diz-se que ele sacrificou uma porca no altar sagrado do templo judeu, e que ele até erigiu um ídolo ali. Esse foi um ato de profanação. Os judeus consideravam os porcos imundos. Além disso, os sacrifícios eram normalmente feitos com animais machos. Desse modo, o sacrifício de uma porca foi uma tentativa de sujar e desonrar a religião judaica.

Esse é o evento que os judeus daquela época chamaram “a abominação da desolação”. Parece que Antíoco Epífanes tinha um ódio pelos judeus. Ele tentou tudo o que pôde para destruir a religião deles, incluindo o favorecimento de qualquer um que rejeitasse a lei e colaborasse com ele para manchar a nação judaica.

ANTÍOCO - ANTICRISTO

Antíoco é importante em nossa discussão, pela seguinte razão: Ao passo que a profecia do capítulo 11 de Daniel progride, Antíoco transforma-se ou torna-se o Anticristo. Até certo ponto, a profecia é muito fácil de ser verificada historicamente. As diferentes ações, guerras etc., preditas por Deus por meio de Daniel, realmente aconteceram.

Mas, por volta do verso 35, algo peculiar acontece. A profecia cessa de ter qualquer cumprimento na História Antiga. É como se a passagem desse um grande salto através da História, de Antíoco Epífanes até ao Anticristo. Parece que Antíoco “se torna” o Anticristo no decorrer da profecia.

Parece muito claro que Deus está nos mostrando algo importante. Nosso Senhor está nos mostrando a localização exata de onde o Anticristo virá. Esse “pulo da História” não é apenas um tipo de acidente profético, ao contrário, é a forma de Deus nos revelar a origem do futuro inimigo do Seu povo. Essa visão profética é um maravilhoso exemplo de como Deus mostra aos Seus servos os eventos futuros, de tal modo que eles estejam preparados.

Não há outra razão para Deus gastar tanto tempo explicando-nos, em detalhe, acerca dos “Reis do Norte” e suas atividades. Se este reino não tem importância para nós na compreensão das origens da vinda do Anticristo, por que Deus se deteria sobre esse tema? Por que Antíoco e o Anticristo estariam conectados nas escrituras dessa forma?

Claramente, vemos que Deus está nos revelando a área exata no mundo, da qual o Anticristo se levantará. Começando com o Império Babilônico, seguindo com o reino Medo-Persa, e depois Alexandre, o Grande, e seus quatro generais, e os sucessores destes até Antíoco, a Bíblia traça com precisão o ponto exato da origem do Anticristo. Embora isso seja História Antiga, não é muito difícil de entender.

A BESTA QUE “ERA E NÃO É”

No livro de Apocalipse, também lemos sobre o Anticristo, ou a “Besta”. Mas ali um fato misterioso é mencionado. Quase parece que esta personagem do Anticristo já esteve na terra antes. Durante os tempos do fim, a besta parece ressuscitar de um abismo. Nós lemos: “A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá” (Ap 17:8).

É possível que a besta que reaparece seja Antíoco Epífanes. Talvez não seja a pessoa literal. Mas, assim como João Batista veio “em espírito e no poder de Elias” (Lc 1:17), assim também o espírito desse “homem vil” reaparecerá novamente para perseguir o povo de Deus.

Certamente, o mesmo espírito de ódio e perseguição ao povo de Deus, que parecia possuir Antíoco, estará sobre a Besta dos tempos do fim. Isso se encaixaria muito bem com o que temos visto sobre Antíoco “tornar-se” o Anticristo na profecia de Daniel.

Assim, temos claramente delineada, nestas profecias, a origem exata do Anticristo. Ele sairá da área geográfica do império Selêuco e daquela porção do globo que Antíoco Epífanes governou. Ele se originará de e reinará sobre o Oriente Médio.

Até este ponto, duas passagens proféticas confirmaram isso. Agora, vamos investigar outra revelação que diz a mesma coisa.

PARTE 3:

AS QUATRO BESTAS

Nós estudamos duas profecias que apontam para as origens do Anticristo, mas há mais. Uma outra profecia, ainda no livro de Daniel, confirma aquilo que temos visto. Essa visão também nos mostra onde o império da besta estará situado. Não somente nos foi mostrado de onde o Anticristo virá, mas Deus também nos revela onde as dez nações, sobre as quais ele governará, estarão. O reino dele também será localizado no Oriente Médio.

A profecia concernente às quatro bestas é encontrada em Daniel, capítulo 7. Ela é de uma importância especial para nós, uma vez que é tão clara e nos fala tanto. Portanto, nós examinaremos essa visão cuidadosamente, a fim de extrairmos o máximo proveito dela.

Ali, quatro bestas ou figuras de animais são vistas por Daniel. Elas são: um leão, um urso, um leopardo e uma besta de aparência feroz, que não é comparada a nenhum animal específico. Essas quatro bestas representam reinos que tiveram alguma importância no mundo futuro.

A maioria dos professores da Bíblia ensina que esses reinos são simplesmente a repetição daquilo que nós acabamos de estudar. Eles ensinam: 1) o Leão = o Império Babilônico; 2) o Urso = o Império Medo-Persa; 3) o Leopardo = Alexandre, o Grande; 4) o “Temível” = o Império Romano (que conquistou o Oriente Médio depois de Antíoco); e, então, 5) o Anticristo.

Bem, você pode dizer agora: “Espere um momento, as escrituras mencionam apenas quatro bestas mas você listou cinco impérios.” A explicação para tal é bastante simples. A Bíblia explica que o império do Anticristo (simbolizado pelos dez chifres) se levantará dos remanescentes do reino da quarta besta. Portanto, o último império é, por assim dizer, “revivificado”, tornando as quatro bestas em cinco reinos.

Lemos, concernente à quarta besta: “Os dez chifres [do império do Anticristo] correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo [quarto] reino” (Dn 7:24). Essa é uma pista muito importante para nós. Os dez reis e os seus reinos, que compreendem o império do Anticristo, se levantarão dos remanescentes desse quarto reino.

Desse modo, é muito importante para nós identificarmos essa quarta “terrível e temível” besta.

Como mencionamos, muitos expositores bíblicos identificaram esse quarto animal ou besta como o império romano. Talvez você já tenha ouvido que haverá um “Império Romano Revivificado”, o qual será o reino do Anticristo. Essa passagem é a origem desse ensino. Então, vamos olhá-la mais demoradamente juntos.

SUAS VIDAS FORAM PROLONGADAS

A partir de um exame cuidadoso, alguns poucos problemas surgem na tradicional compreensão desse texto. A dificuldade mais notável é que, quando lemos esses versos cuidadosamente, torna-se claro que cada uma dessas quatro bestas existirá quando Jesus retornar à terra! Os governantes dessas nações estarão também vivos quando o nosso Senhor vier julgar as nações!

Portanto, logicamente, eles não podem ser reinos antigos e históricos. Eles precisam ser nações que são contemporâneas do Anticristo. Eles devem ser países que podemos identificar hoje. Como podemos fazer tal afirmação? Vamos olhar juntos Daniel 7, versos 9-12. Nos versos 9 e 10, Jesus está sentado no Seu trono. A Sua descrição combina com uma de Suas aparições na primeira parte do livro de Apocalipse.

Ele está se preparando para julgar as nações. Mas, no verso 11, o Anticristo chama a atenção devido ao som de suas grandiosas e pomposas palavras. Nesse ponto, a Besta/Anticristo é morta.

Mas as outras bestas, o Leão, o Urso e o Leopardo (referindo-se aos governantes das nações) recebem um destino diferente. Eles perdem os seus reinos, mas têm permissão para permanecer vivos por mais um pouco de tempo. Lemos no verso 12: “Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada prolongação de vida por um prazo e um tempo.”

Para que esse verso faça sentido, esses outros impérios devem existir no mesmo tempo do Anticristo! Eles não podem ser reinos antigos. Não podem ser Babilônia, Medo-Persa, etc.

Por exemplo, o Reino da Babilônia foi destruído pelos Medos e Persas. Você, é claro, lembra-se do que aconteceu ao governante babilônico. A escrita estava na parede. “Naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus [Babilônios].” (Dn 5:30). O reino dele certamente foi tomado, mas sua vida não foi prolongada.

O mesmo é verdade com relação a Alexandre, o Grande. Como estudamos, ele morreu inesperadamente no ápice do seu poder. Seu reino foi também tomado, mas a vida dele não foi prolongada por um prazo ou tempo. Além do mais, a morte desses governantes não foi algo que ocorreu na hora em que Cristo retornou e sentou-Se no Seu trono de julgamento. (Porque Ele ainda não voltou). Então, essas escrituras não se enquadram com uma interpretação histórica.

Portanto, esses reinos não podem ser a Babilônia; os Medos e Persas; Alexandre, o Grande; e Roma. Assim, para uma melhor interpretação, precisamos olhar noutra direção, a qual será discutida mais adiante enquanto prosseguimos.

“DEVERÃO SE LEVANTAR”

Na Palavra de Deus, encontramos um outro problema com a ideia do “Império Romano Revivificado”. Voltemo-nos, agora, para o verso 17, do capítulo 7. Ali, lemos que “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis [representando os seus reinos], que deverão se levantar da terra.”

Incluo a palavra “deverão”, aqui, indicando algo relativo ao futuro, seguindo as traduções da Septuaginta; a versão King James; a Bíblia Novo Padrão Americano; a versão Padrão Americano, de 1901; John Darby, na sua Nova Tradução; e, possivelmente, outras.

Veja, temos aqui um problema. A visão foi dada a Daniel “no primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia” (Dn 7:1). Ele foi o último governante da Babilônia. Assim, essa visão lhe é dada bem perto do final do Império Babilônico. Mas nós ouvimos o anjo explicar que quatro bestas “deverão se levantar”, significando algum tempo no futuro. Portanto, isso não pode incluir a Babilônia, uma vez que ela já se levantou há muito tempo.

Se, então, a Babilônia não é o Leão, as outras bestas também não podem seguir a interpretação tradicional. A única conclusão lógica que podemos extrair é que o anjo não está se referindo àquilo que nós conhecemos como os quatro reinos históricos, mas a reinos futuros – reinos que existirão no mesmo tempo do Anticristo.

Consequentemente, nós não devemos ver essa profecia como uma simples repetição daquela que lhe antecede, mas como uma nova revelação a respeito dos últimos dias.

A conclusão de tudo isso é que a Bíblia não está nos ensinando aqui sobre o “Império Romano Revivificado”. Um exame honesto e sem preconceito dos versos que temos em mãos não nos leva a essa conclusão. Portanto, a Europa, o Mercado Comum Europeu, o Papa sendo o futuro Anticristo e outros ensinamentos semelhantes, baseados na teoria do “Império Romano Revivificado”, devem ser descartados.

AS SETE MONTANHAS

Outra passagem que muitos professores frequentemente citam para embasar o ensinamento do “Império Romano Revivificado” é encontrada em Apocalipse 17: 9,10. As sete montanhas mencionadas nesses versículos são examinadas em outro livro de minha autoria, denominado Babilônia, que é a primeira parte dessa série sobre os tempos do fim.

Naquele livro, mostro que as sete montanhas também não apontam para Roma como a origem do império do Anticristo. Se você tem dúvidas sobre isso, por favor, veja as anotações finais no último capítulo daquele livro.

O que estudamos no livro Babilônia é que, mesmo nos dias de João, não haviam mais sete montanhas proféticas! Cinco delas já tinham caído (Ap 17:10), restando apenas duas. Portanto, essa não pode ser, e não é, uma referência secreta à Roma. Consequentemente, o “Império Romano Revivificado” não está em perspectiva.

Além do mais, em nenhum lugar da Bíblia, Roma é mencionada como “a cidade sobre sete montes” ou algo similar. Nós não podemos extrair inspiração da literatura secular, tais como da estória de Rômulo e Rêmulo, mas somente das escrituras.

QUEM SÃO AS QUATRO BESTAS?

Nós discutimos até aqui sobre as quatro bestas: o Leão, o Urso, o Leopardo e o “Terrível”. Já vimos que esses não podem ser a Babilônia, a Média-Pérsia, Alexandre e Roma. Mas, então, se a quarta besta não é Roma e as outras bestas são reinos mais contemporâneos, quem eles poderiam ser?

Ver quem essas bestas podem ser, nos ajudará a saber de onde o império do Anticristo se levantará. Identificar esses países envolve, é claro, um pouco de especulação. O significado de cada um desses animais, representando reinos, é impossível de ser determinado com total certeza. Assim, acompanhe-me enquanto consideramos juntos algumas possibilidades.

Lembre-se que estamos procurando por impérios que podem ser ainda identificados hoje. O quarto desses reinos, embora ainda exista, terá se desintegrado. É dos remanescentes desse reino que os dez chifres do império do Anticristo emergirão (Dn 7:24). As bestas se levantarão do “Grande Mar”, que é normalmente identificado como o Mediter- râneo. O fato de se levantarem do mar é precipi- tado por uma tempestade causada pelos “quatro ventos do céu” (Dn 7:2). Isso poderia indicar que esses quatro impérios estão, por um certo perío- do, em conflito mútuo pelo controle e/ou influência da região do Mediterrâneo. Isso incluiria países das regiões da Europa, do Norte da África e do Oriente Médio.

A primeira besta é um leão que tem asas como uma águia. Enquanto Daniel observava esta visão, as asas eram arrancadas e o Leão tinha que ficar de pé como um homem, e o seu coração era substituído pelo coração de um homem (Dn 7:4). As duas asas devem representar rapidez de movimento ou expansão do império. Essa conclusão viria do fato de que de todos os animais, os pássaros são, certamente, os mais rápidos e os que alcançam maiores distâncias (Dt 28:49; 2 Sm 1:23).

Se aceitarmos essa interpretação, ter as asas removidas apontaria para o fim de uma rápida expansão. Manter-se sobre os pés como um homem e receber o coração de um homem parecem mostrar que aquilo que foi uma vez um reino poderoso e guerreiro, tornar-se-ia em algo fraco e humano.

Um país que pode se encaixar nessa descrição hoje seria a Grã-Bretanha. Uma vez no passado, o sol nunca se pôs sobre o seu império. De uma só vez, ela rapidamente expandiu a sua influência e possessões sobre todo o globo.

Mas hoje as coisas mudaram. Atualmente a Grã-Bretanha é menos significativa no cenário mundial. Seu império está em pedaços. Ela se tornou menos como o leão e mais como o humano. Curiosamente, o símbolo dessa nação é um leão. Nos últimos séculos, ela tem estado diretamente envolvida em conflitos pelo controle da região do Mediterrâneo.

A próxima besta que vemos é um urso. Ele “se levantou sobre um dos seus lados” (Dn 7:5). Alguns tradutores bíblicos dizem que isso poderia significar que ele “estabeleceu para si mesmo um só domínio”, o que parece ser uma tradução mais lógica. O Urso tem três costelas na sua boca. É dito a ele: “Levanta-te, devore muita carne.”

Meditando sobre o Urso, a Rússia ou a antiga União Soviética vem à mente. Certamente, a sua história é uma história sangrenta, com incontáveis milhões de pessoas do seu próprio povo sendo mortas por uma ou outra razão, especialmente sob o domínio Comunista. Isso cumpriria a parte da visão: “devore muita carne.”

Se a Rússia é o Urso, então as três costelas poderiam representar os países da Estônia, Letônia e Lituânia, os quais ela primeiro tragou, quando expandiu o seu território. A Rússia também tem estado envolvida, no decorrer dos anos, em conflitos na parte do mundo a qual mencionamos.

SOBRE CABEÇAS E CHIFRES

Antes de prosseguirmos, precisamos atentar para uma dica importante na compreensão da profecia bíblica. Lembre-se disso, por favor, por que nós nos referiremos a isso novamente, em nossas discussões mais adiante. Muitas bestas que aparecem nas visões proféticas têm várias cabeças e/ou múltiplos chifres. O que isso significa?

Quando um animal profético tem várias cabeças, isso se refere a uma sucessão de governantes. A partir da nossa discussão detalhada de Apocalipse 17:9,10, no nosso livro Babilônia, essa progressão de sete cabeças/reis é bastante evidente. Essa sucessão não necessita ser imediata, mas, como no caso da Babilônia, esses governantes podem estar separados por centenas, e até mesmo milhares de anos.

Por outro lado, quando um animal tem múltiplos chifres, isso indica governantes simultâneos. Nós podemos ver isso ao observarmos o império do Anticristo. Ali encontramos dez chifres, indicando os dez governantes que detêm o poder juntamente com ele, todos ao mesmo tempo.

Assim, temos duas fórmulas simples: múltiplas cabeças proféticas = uma sucessão de governantes; e múltiplos chifres proféticos = simultâneos governantes. Usando essas fórmulas, podemos ir adiante

O LEOPARDO

A terceira besta é o leopardo. Suas notáveis características são quatro cabeças e quatro asas. Não é dito muita coisa sobre ela, exceto que “o domínio lhe é dado”.

Aplicando nossa fórmula de “múltiplas cabeças” ao leopardo, necessitaremos então procurar um império na região que descrevemos, o qual teve ou terá uma proeminente sucessão de quatro governantes. As quatro asas podem significar que cada um desses governantes ascende ao poder rapidamente.

À propósito, o nosso entendimento dos “vários chifres” não considera a besta do Leopardo como sendo o império de Alexandre e os seus quatro generais. Quatro simultâneos governantes devem ser representados por quatro chifres [como eles certamente o são na visão do carneiro e do bode] e não por quatro cabeças, como aparece no Leopardo.

Não é fácil identificar essa besta. Nós devemos procurar por uma nação que tem estado significativamente envolvida nos conflitos da região do Mediterrâneo e que também seja contemporânea da Rússia e Inglaterra. Nenhuma nação desta área, cujo símbolo nacional seja o leopardo, vem à mente. Entretanto, há um país que teve uma sucessão de governantes notáveis e que tem estado muito envolvido nos conflitos daquela área. Estou falando da Alemanha.

Quando Adolf Hitler assumiu o poder, ele reivindicou o fato de que o seu reino era o “terceiro reich.” Reich significa “reino”, na língua alemã. Ele identificou o seu governo como sendo o terceiro numa série de governantes importantes. Talvez os antigos Otto Von Bismarck e Kaiser Wilhelm tenham sido os outros dois que ele estava reconhecendo. Embora eu não conheça a história desses dois governantes mais antigos, certamente a ascensão de Hitler ao poder foi surpreendentemente rápida (outra pessoa sugeriu o Santo Império Romano [900-1806 A.D.] e o Império Germânico [1870-1918 A.D.] como sendo os dois primeiros “reichs” ou reinos).

Se essa é a identificação correta do leopardo, então, nós devemos ver, em breve, um outro líder forte e carismático assumindo o poder na Alemanha. Tal governante não precisa ser um nazista. Ele (ou ela) precisa apenas ser alguém que cative o coração dos alemães e una a população em torno de um determinado propósito

Portanto, os leitores devem manter os seus olhos abertos para um líder popular se levantando na Alemanha, o qual levará essa nação a uma posição de proeminência mundial ainda maior.

A nossa identificação dessa terceira “besta” é, de certa forma, uma tentativa. Os pontos fracos parecem ser que o símbolo nacional da Alemanha não é o leopardo e que, até então, ela teve apenas três “cabeças.”

Todavia, essa terceira besta deve ser alguma nação que possamos identificar hoje. Precisa ser uma nação na região sobre a qual temos discutido. Além disso, ela precisa ter tido ou terá uma proeminente sucessão de quatro governantes. Vamos, então, manter nossos corações e mentes abertos ao Espírito Santo para qualquer revelação adicional que Ele queira nos fornecer. Se a Alemanha não é a escolha certa, Deus irá, certamente, revelar isso com o passar do tempo.

A QUARTA BESTA

A quarta besta não é descrita do mesmo modo que as outras. Isso quer dizer que ela não é comparada a algum tipo de animal que possamos reconhecer. Nós somos apenas informados que essa besta tem grandes dentes de ferro e garras de bronze (Dn 7:7,19). Ela é também descrita como sendo “espantosa e terrível, excessivamente forte”. Significativamente, ela é “diferente de todas as bestas que vieram antes dela”. Essa besta decisivamente destrói em pedaços toda oposição, onde quer que vá.

A fim de identificar essa besta, gostaria de selecionar o Império Otomano ou os Turcos Otomanos. A razão por que escolho esse império é que ele era localizado no local exato que outras profecias indicam. Além disso, foi um enorme reino que era extremamente poderoso mas que, agora, está desintegrado. Esse império esteve intimamente envolvido na luta pelo controle da Europa, da África do Norte e do Oriente Médio.

A maioria dos ocidentais conhece pouco a respeito desse império. Alguns nunca ouviram falar dele. Todavia, ele foi uma força dominante e ampla na região, sobre a qual falamos, por centenas de anos, até certo tempo após a Primeira Guerra Mundial.

A razão para esse reino ser “diferente” dos outros três pode ser que os outros seriam impérios seculares, políticos. Esse reino da quarta besta seria religioso. Em anos recentes, esse reino despedaçou-se. O que resta é o país da Turquia.

Mesmo assim, será desse império desintegrado que a aliança das dez nações do Anticristo aparecerá. Lembre-se que lemos que os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino [quarta besta] (Dn 7:24).

Como já estudamos, é desta área do mundo, do Oriente Médio, que o Anticristo e as suas dez nações virão. Talvez fosse proveitoso para todos os leitores tomarem algum tempo e reverem como era o Império Otomano.

Estou aqui citando partes da website: www.wsu.edu:8080/~dee/OTTOMAN/ OTTOMAN1. HTM

“Os Otomanos são uma das maiores e mais poderosas civilizações do período moderno. O império que eles construíram foi o maior e mais influente dos impérios muçulmanos do período moderno, e a cultura e expansão militar deles atravessou a Europa. Desde a sua expansão na Espanha, no século dezoito, o Islã parece não ter conseguido estabelecer uma presença européia como ele o fez nos séculos dezesseis e dezessete.

Como naquela expansão anterior, os Otomanos estabeleceram um império sobre o território europeu e estabeleceram tradições e cultura islâmicas que perduram até os dias atuais. Os muçulmanos na Bósnia são os últimos descendentes da presença do império Otomano na Europa.

O império Otomano perdurou até o século vinte. Enquanto historiadores gostam de falar a respeito de impérios em termos de crescimento e declínio, os Otomanos eram uma força a ser reconhecida, militar e culturalmente, até a derrocada do império nas primeiras décadas deste século. Começaremos com a maior figura da história Otomana, o Sultão Suleyman, que construiu, a partir das conquistas do pai, uma grande cidade, uma máquina militar, um império e uma cultura. Os Otomanos se levantaram das partes obscuras da Anatólia, no oeste da Turquia.

Esses turcos ocidentais eram chamados de “Os Oghuz”. Alguns deles eram guerreiros da fé islãmica cumprindo a jihad, ou “batalha santa”, a fim de espalhar a fé entre os infiéis hostis. Em 1402, os Otomanos mudaram a sua capital para Edirne, na Europa, onde eles ameaçaram Constantinopla. A cidade parecia desafiar a grande expansão do Islã. Não importa quanto território caísse diante dos muçulmanos, Constantinopla resistia cada cerco e cada invasão.

Os Otomanos queriam quebrar este ciclo. A captura de Constantinopla não apenas representaria um poderoso símbolo do poder Otomano, mas também a cidade faria deles os mestres do comércio do oriente ao ocidente. Em 1453, o sultão Mehmed (1451-1481), também chamado “O Conquistador”, finalmente tomou este último remanescente bizantino e renomeou-o, Istambul. Daquele ponto em diante, a capital da Europa Otomana permaneceria fixa em Istambul, e, sob a proteção dos sultões Otomanos, tornar-se-ia uma das mais ricas e cultas cidades dos primórdios do mundo moderno.

Assim, o império Otomano teve o seu início. Ele se expandiu grandemente sob o sultão Selim I (1512-1520), mas foi sob o filho deste, o sultão Suleyman (1520-1566), chamado “O Legislador”, na história islâmica, e “O Magnificente”, na Europa, que o império alcançaria sua maior expansão sobre a Ásia e a Europa.”

Mapa do imperio otomano
Império Otomano

Esse império foi dividido depois da Primeira Guerra Mundial. Os Otomanos se aliaram aos alemães e foram derrotados. Então, as suas possessões foram divididas entre várias nações européias. Muitas divisas territoriais foram redesenhadas. Essa conquista e subjugação do mundo islâmico aos poderes europeus, após centenas de anos de prosperidade e dominação, é a origem de muito do ódio contra o ocidente, que se percebe entre os muçulmanos ainda hoje.

Uma grande esperança para muitos muçulmanos é que o império e a cultura deles serão algum dia restaurados à sua antiga proeminência e grandiosidade. Vale a pena notar, no artigo acima, como eles se sentem orgulhosos, de forma especial, quando o Islã conquista e estabelece raiz na Europa.

Veja bem, esse império foi realmente “diferente” de todos os outros. Os líderes, e mesmo os cidadãos, estavam tentando provar algo. Eles estavam tentando estabelecer um império religioso e demonstrar que a sociedade religiosa deles era superior em cada aspecto – cultural, militar, econômica e politicamente – à daqueles contra a qual eles lutavam.

Para eles, a civilização ocidental era uma cultura “cristã”. Eles eram, em muitos aspectos, anticristãos. Se você conversar com qualquer muçulmano hoje, perceberá que ele sabe tudo sobre a história do império Otomano. Com certeza, esse império conquistou, destruiu, “pisou”, “despedaçou” e “devorou” muito do mundo civilizado dos seus dias. Esse império se encaixa muito bem no quadro daquilo que estamos chamando de a quarta besta, por causa de suas atividades e localização.

É do território, uma vez dominado por esta quarta besta, que os dez chifres do império do Anticristo virá. Dessa área geral se levantam (e, provavelmente, já se levantaram) dez nações.

Este autor não insiste no fato de que o reino vindouro do Anticristo será um exato “reavivamento” do antigo império Otomano. É possível que algumas áreas do antigo império sejam deixadas de fora.

É até concebível que algumas das terras vizinhas, as quais não eram diretamente governadas pelos Otomanos, mas eram dominadas pelos muçulmanos, possam ser incluídas nas dez nações. Isso, provavelmente, só se tornará claro com o passar do tempo.

É possível que haja hoje mais de dez países que ocupam o território uma vez governado pelos Otomanos. Isso não modifica o nosso entendimento. O que é necessário é que as dez nações que formarão o império do Anticristo saiam da área geral do antigo governo e/ou influência otomana. Assim, essa visão se encaixa perfeitamente com as outras profecias que já estudamos.

PARTE 4: A IMAGEM DE NABUCODONOZOR

O rei Nabucodonozor teve um sonho, um sonho muito perturbador. Nesse sonho, ele viu o que aconteceria no futuro. Ele viu uma sucessão de impérios, começando com o seu próprio e, então, dando sequência, outros quatro. O último império que fazia parte desta imensa imagem seria o reino do Anticristo.

Durante o seu sonho, uma pedra foi cortada de algum local, sem a ajuda de mãos humanas. Essa pedra, com certeza, era sobrenatural. Ela, em seguida, despedaçava os pés da imagem. Por meio dessa pedra, não foram destruídos apenas os pés, mas as outras partes da imagem também foram “juntamente esmiuçadas” e lançadas ao vento “como a palha” (Dn 2:35).

Essa pedra representa o reino vindouro de Jesus Cristo. Nosso Senhor retornará à terra, destruirá o império do Anticristo e estenderá a Sua autoridade sobre toda a terra habitada (Dn 2:44, 45).

Nessa imagem, é nos apresentada uma progressão de reinos: começando com a Babilônia (a cabeça de ouro); passando pelos Medo-Persas (peitos e braços de prata); Alexandre, o Grande (barriga e coxas de bronze), o Império Romano (pernas de ferro), e encerrando com o reino do Anticristo (pés de ferro e barro), conforme Daniel 2:31-43.

Durante o período de tempo representado por essa imagem, podemos perceber, sem dúvidas, outros grandes reinos na terra. A China, com certeza, teve as suas magnificentes dinastias por milhares de anos. O Egito sempre foi uma força dominante na cena mundial. Existiram outros grandes impérios: dos Astecas, onde agora, está o México, dos Incas, na América do Sul, e outros, na África.

No entanto, nenhum desses reinos tem parte nesta imagem que Nabucodonozor viu. Por que não? O que há de particular nesses reinos que formam a imagem que os torna especiais? A resposta é que todos os impérios que constituem essa imagem têm uma coisa em comum – todos eles conquistaram o Oriente Médio. Todos eles influenciaram a terra santa, Israel.

Israel tem sido, e sempre será, o foco da atenção de Deus. Quando e se qualquer outra nação começar a assumir o controle ou influência sobre essa parte do mundo, Deus estará atento.

Essa é a cola que mantém todas as partes da imagem de Nabucodonozor juntas. Cada uma delas controlou a terra santa por algum tempo.

NÃO É UM “IMPÉRIO ROMANO REVIVIFICADO”

Alguns teólogos, ao notarem que o Império Romano nesta visão é sucedido pelo Anticristo, têm, equivocadamente, utilizado este texto para dar suporte à teoria do “Império Romano Revivificado”. Daí, eles passam a ensinar sobre o Mercado Comum Europeu, como sendo o reino da besta que há de vir. Entretanto, nada nessa revelação sugere isso. Nenhum verso dá margem a tal interpretação.

Nenhum desses reinos foi um “reavivamento” dos antigos. Eles não ocuparam as mesmas partes do globo. Além do mais, nem todos eles vieram de uma sucessão ininterrupta dos precedentes. Por exemplo, o Império Romano não conquistou o reino de Alexandre. Foi somente depois de algumas centenas de anos que Roma conquistou o Oriente Médio.

Estas nações na imagem são meramente uma série de notáveis impérios que conquistaram o povo de Deus, os judeus. O último reino, o do Anticristo, é simplesmente o último que dominará a terra de Israel. É verdade que a besta que há de vir controlará parte do mundo (o Oriente Médio), que uma vez foi governada por Roma. Ela assumirá autoridade sobre aquela parte específica do antigo Império Romano. Isso é bíblico e claro.

No entanto, esse império do Anticristo, originado e centrado no Oriente Médio, como todas as outras profecias claramente mostram, não poderia ser considerado um reavivamento do Império Romano. Ele somente se candidataria a isso se estivesse centrado na Itália e também conquistasse muito da Europa, compreendendo uma boa parte do mesmo território, como o fez Roma. Isso é muitíssimo improvável em nosso mundo atual.

Além do mais – e isso é extremamente importante – o império que é “revivificado” não pode ser um antigo, mas deve ser um império moderno, que se desintegrou, para que se cumpram as escrituras que já estudamos (Dn 7:24).

Logo a seguir, temos dois mapas que o leitor pode usar para comparar o território do Império Romano com o Império de Alexandre. Os retângulos marcam as áreas aproximadamente comuns a esses dois reinos. Vê-se claramente que eles compartilharam pouco das mesmas áreas geográficas. Roma conquistou o ocidente. Alexandre espalhou-se para o oriente. Basicamente, aquilo que conhecemos hoje como o Oriente Médio é comum a ambos.

Na verdade, de todos os reinos incluídos na imagem de Nabucodonozor, somente o Império Romano contém muito da moderna Europa. Todos os demais estavam situados ao oeste e ao sul da Grécia, aproximadamente mais próximo das conquistas de Alexandre.

Em resumo, a única base para um “reavivamento de Roma” é o fato de que muitos insistem que deve ser desta forma. Não há versos claros que autorizam esta conclusão. Se nós pudermos deixar de lado a tradição e o clamor geral daqueles que não estudaram essas coisas de forma completa e mais honestamente, seremos levados a um entendimento mais lógico e mais bíblico.

A PARTE COESIVA DA IMAGEM

Como mencionamos, a parte coesiva dessa imagem é que todos esses reinos governaram o Oriente Médio. (Vejam as mapas a seguir) Essa é a parte do mundo que todos conquistaram, o que faz deles parte da imagem. Para que qualquer futuro império seja incluído nesta lista, ele também precisa conquistar e dominar o Oriente Médio e a terra de Israel. Nesse sentido, a possibilidade de que o Mercado Comum Europeu faça isso é extremamente remota.

Mapa do imperio otomano
Império Otomano com a região do Oriente Medio demarcado

Mapa do reino de Alexandre o Grande com oriente medio demarcado
Reino do Alexandre o Grande com a região do Oriente Medio demarcado

Mapa do Império Romano com oriente medio demarcado
Império Romano com a região do Oriente Medio demarcado

Portanto, o sonho de Nabucodonozor também sustenta a nossa tese completamente. O vindouro Anticristo deve ter, como parte do seu reino, o Oriente Médio. Ele deve, ao final, dominar a terra de Israel. Essa é a mensagem da imagem de Nabucodonozor.

Essa conclusão, muito veementemente, sustenta a nossa tese de um Império Otomano “revivificado”, com todas as suas raízes muçulmanas. Curiosamente, isso também se encaixa muito bem com a nossa situação geopolítica atual.

Final do Capítulo 1

Ler outros capitulos online:

Capítulo 1: AS PROFECIAS (Capítulo Atual)

Capítulo 2: O ANTICRISTO

Capítulo 3: UM “GOVERNO MUNDIAL”

Capítulo 4: O TEMPO DE DEUS

Capítulo 5: PERSEGUIÇÃO

Capítulo 6: A MARCA DA BESTA

Capítulo 7: GUERRA CONTRA OS SANTOS

Capítulo 8: SINAIS IMPORTANTES

Capítulo 9: DIGNOS DE ESCAPAR