Ministério Grão De Trigo

Ler Online
Sinais Do Fim

AS DUAS TESTEMUNHAS

Capítulo 1

Sinais Do Fim, livro por David W. Dyer

Publicacao Grao de Trigo

Escrito por David W. Dyer

ÍNDICE

Capítulo 1: AS DUAS TESTEMUNHAS (Capítulo Atual)

Capítulo 2: OS QUATRO SELOS .

Capítulo 3: O FILHO VARÃO

Capítulo 4: A GRANDE APOSTASIA

Capítulo 5: DESTRUIÇÃO REPENTINA



“Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios”.

(1 TS 5:3-6 VARA)



PREFÁCIO

Neste livro, investigaremos algumas visões proféticas a respeito do final desta época. Vocês, leitores poderão encontrar nestas páginas muitas coisas novas e diferentes do que os ensinamentos e entendimentos comuns nas igrejas atuais. Por causa disto, gostaria pedir ao leitor a não simplesmente reagir cega e automaticamente ao que está sendo comunicado. Não feche seus olhos espirituais e sua mente.

Em vez disto, abra sua Bíblia e leia as esses passagens por si mesmo. Pesquise as escrituras e familiarize-se com elas. Você não é obrigado aceitar minha palavra. Pese o que está sendo dito. Abra a Deus em oração com humildade para receber entendimento diretamente Dele.

Devido a natureza da profecia bíblica e a impossibilidade de conhecer o futuro sem revelação que provem de Deus, este livro vai incluir algumas especulações.

Nessas ideias do próprio autor, estará indicado com palavras tais como: “Possivelmente”, “pode ser”, etc. Essas não são, e não devem ser entendidas, como predições concretas ou, muito menos, como verdades bíblicas. Claro que é possível que a este autor poderá faltar a revelação completa ou estar errado concernente alguns destes pontos.

Boa parte do que estudaremos aqui envolvem visões proféticas. Tais coisas são misteriosas e difíceis de entender. Nosso Deus não considerou necessário nos dar um calendário com todos os eventos marcados com precisão. Parece que, propositadamente, Ele ofuscou o futuro com um tipo de véu de mistério e simbolismo.

Não é possível, nem Deus quer, que entendamos perfeitamente todos detalhes dos eventos futuros. Como todas estas visões sobre os “vencedores”, “as duas testemunhas”, “servos selados”, etc. encaixam uns com os outros não é explicado no texto bíblico. Sem dúvida, isso é porque não é necessário entendermos tudo perfeitamente.

O que é realmente essencial é: ouvirmos de Deus mesmo. Dentro das visões é contida revelação a respeito da Pessoa de Deus e Sua vontade por nós.

Neste estudo acharemos muito o que pode ser edificante e desafiador. O propósito disso é que podermos nos preparar para os eventos que estarão chegando aqui na terra. É a oração deste autor que Deus use este livro para prevenir, equipar e fortalecer seu povo para o vindouro tempo do fim.

David W. Dyer



Capítulo 1: AS DUAS TESTEMUNHAS


Neste capítulo gostaria de tratar um assunto que tem sido fonte de muitas especulações nos círculos religiosos. É um tópico sobre o qual alguns cristãos podem ter opiniões fixas ou mesmo posições doutrinárias dogmáticas. Por conta disso, gostaria de pedir com insistência, que todos os leitores coloquem de lado, por um momento, tanto quanto possível, qualquer ideia preconcebida sobre esse assunto e abram-se para o Espírito Santo. Fazendo isso, vocês estarão permitindo que Ele fale aos seus corações, tudo o que Ele gostaria de comunicar a vocês através desta mensagem. A razão de ter pedido isso, não é que eu pense estar escrevendo aqui a resposta definitiva, mas simplesmente porque é meu desejo que vocês possam ouvir uma palavra do próprio Deus. Se, através dessas palavras, o Todo-Poderoso revelar-Se com Seus propósitos para vocês de uma maneira tão profunda como jamais viram antes, então todo o esforço tanto da leitura quanto da escrita desse capítulo, terá valido a pena.

Profecia Bíblica é muito difícil de ser entendida. Nenhum homem tem tudo esclarecido sobre o final desta era. Na verdade, se você encontrar alguém que “sabe tudo,” este por si só já deve ser um bom indício que essa pessoa perdeu sua capacidade de ser ensinada por Deus.

Estou certo de que, conforme nos aproximamos da segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, muitas dessas coisas se tornarão cada vez mais claras àqueles que andam em intimidade com Ele. Portanto, nós devemos ficar sempre abertos à correção, se uma luz esclarecedora nos for dada pelo Senhor.

O motivo para apresentar este material está em abrir algumas novas possibilidades para sua contemplação. Nesta leitura, creio que você encontrará algumas ideias que revigorarão a sua mente em relação do fim dos tempos.

Sinto fortemente que aqui está uma mensagem que todo crente levará a sério. Nesta passagem bíblica sobre a vinda de “duas testemunhas” pode estar um indício muito importante do que Deus está fazendo no meio de Seu povo, conforme nos aproximamos dos “últimos dias.”

Antes de começarmos a discutir juntos essas coisas, vamos ler juntos Apocalipse 11:1 a 15 – a passagem sobre essas duas testemunhas.

A razão para isso é que, se você está familiarizado com essa parte da Escritura, a discussão terá pouco significado para você. Além disso, é tolice simplesmente adotar as opiniões de outros homens sobre tais coisas sem pesquisá-las inteiramente por si próprio.

Se você não está familiarizado com os versículos envolvidos, será impossível que você saiba se o que eu ou qualquer outro está dizendo é correto. Por outro lado, uma vez que você se familiariza com as Escrituras, elas se tornarão uma bênção para você, pois Deus fala ao seu coração através delas. Então, por favor, leia agora a passagem antes de continuarmos.

“Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-me dito: Levanta-te, mede o santuário de Deus, e [mede] o altar, e [mede] os que nele adoram. Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.

E concederei [poder, unção] às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias. Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros {candelabros} que estão diante do Senhor da terra. E, se alguém lhes quiser fazer mal, das suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos; pois se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto.

Elas têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem. E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará.

E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado. Homens de vários povos, e tribos e línguas, e nações verão os seus corpos por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados.

“E os que habitam sobre a terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão; e mandarão presentes uns aos outros, porquanto estes dois profetas atormentaram os que habitam sobre a terra. E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.” (Ap 11:1-12 VAA).

À medida que nos aprofundamos nesse tópico, muitos de vocês devem lembrar-se de ter ouvido que essas duas testemunhas serão a reencarnação ou o reaparecimento de duas figuras antigas bíblicas. Alguns pensam que eles devem ser Moisés e Elias, enquanto outros acham que Enoque deve substituir Moisés nesta dupla.

O time Enoque e Elias é costumeiramente escolhido porque esses são os dois únicos homens que foram arrebatados sem nunca terem experimentado a morte. Então, por essa razão, pessoas pensam que eles devem voltar e serem mortos pois “ao homem é ordenado morrer” (Hb 9:27).

Há um problema, entretanto, nesta linha de raciocínio, quando surge a necessidade de harmonizá-la com a futura ressurreição dos crentes, comumente tratada por “arrebatamento.”

Neste evento, muitos seres humanos serão levados ao encontro do Senhor nos ares sem ter experimentado a morte física (1 Ts 4:17). Assim, fica fácil entender que o versículo de Hebreus 9:27 não prova que a morte seja necessária para todo mundo.

Enquanto a compreensão de que esses são dois profetas, literalmente falando, há algumas coisas sobre essa passagem do Apocalipse que parecem desafiar tal interpretação. Há muitas indicações que nos são dadas aqui, de que algo maior e mais surpreendente está em vista.

Nós todos devemos reconhecer que a profecia biblica frequentemente tem mais do que um significado ou mesmo um cumprimento anterior e posterior. Em nenhum lugar esse fenômeno é mais evidente que nas profecias referentes aos “tempos do fim.”

DOIS “HOMENS” – UM “CORPO”

Um dos itens mais significantes que sugere algo mais do que dois homens está em vista aqui, foi-me chamado a atenção por um irmão na Inglaterra. Ele mostrou-me que, na linguagem grega original, a palavra “corpos” (vs. 8,9) aparece na forma singular “corpo”.

Mesmo que a maioria das traduções bíblicas têm-nos “ajudado” a compreender melhor esses versículos, mudando as palavras originais do singular para o plural, isso não é o que foi escrito por João, o apóstolo.

Em vez disso, esta passagem deveria, na verdade, dizer “...e seu corpo morto será deixado na rua da grande cidade...” e “...então aqueles de todos os povos, tribos, línguas e nações verão o seu corpo morto por três dias e meio...” (Ap 11:8,9).

Bem, isso é um tanto quanto peculiar. Por que o texto inspirado cometeria duas vezes este tipo de “erro” gramatical? É provável que não haja erro algum, mas antes, que Deus esteja nos mostrando um sentido muito maior sobre esses futuros profetas.

Encontramos aqui nossa primeira indicação de que a Escritura pode não estar se referindo a dois homens individuais, mas a uma entidade “associada.” Essa palavra “corpo” nos faz lembrar do uso da mesma palavra na frase “o corpo de Cristo,” que na verdade consiste em incontáveis indivíduos. Nós lemos em um lugar: “nós somos membros de seu corpo.” (Ef 5:30).

Versículos como esse, combinados com muitos outros, certamente formam uma base bíblica adequada para supor que a palavra “corpo” pode estar se referindo a um grupo muito maior do que os dois profetas mencionados anteriormente.

Isso então nos leva à possibilidade de que a palavra sagrada está falando aqui sobre um grande número de homens e mulheres que, no final dessa era, desempenhem uma importante função na preparação do mundo para o julgamento e a volta do Senhor.

Outro versículo que também chama a nossa atenção é Apocalipse 11:5. Aqui descobrimos um outro fato parecido. Esses dois homens também tem uma só boca. A palavra “boca” aqui, de onde o fogo sai que destrói os inimigos deles, fica no singular no grego também! Seguindo a gramática correta, a palavra deveria ser “bocas,” já que existem dois homens.

Mais uma vez, parece que as santas escrituras cometem um erro. Mas, existe uma possibilidade que Deus esteja comunicando algo muito importante aqui. Esses dois homens não serão dois, mas um grupo de servos Dele, que executarão uma tarefa importante nos últimos dias.

O primeiro pensamento que a maioria das pessoas provavelmente terá sobre a pressuposição acima é: Se essas testemunhas são realmente um grupo de muitas pessoas, então porque a Bíblia usa a palavra “duas”? Não é um tanto confuso? Sim, certamente é, mas há também uma explicação bíblica clara para isso.

Um princípio inabalável é ensinado por meio das Escrituras. É que, um julgamento de um pecador só pode ser executado se, pelo menos, duas testemunhas puderem testificar a verdade por qual quer infração. Nós lemos que: “Pela boca de duas ou de três testemunhas, será morto o que houver de morrer; pela boca duma só testemunha não morrerá.” (Dt 17:6 VAA). Qualquer coisa a menos disto é inaceitável.

O número 2 é, em todos os lugares das Escrituras, o “número do testemunho.” Os primeiros discípulos foram enviados “dois a dois” para testemunharem a verdade de Jesus.

Havia duas tábuas de pedra na Arca da Promessa, trazendo o testemunho referente à lei de Deus. Também na tampa da Arca havia dois querubins, simbolicamente testemunhando a aspersão do sangue, atestando o fato de que os requisitos para a justiça de Deus tinham sido preenchidos. Portanto, a palavra “dois” aqui pode ser compreendida como uma representação simbólica das duas testemunhas requeridas por Deus antes que Sua sentença seja executada.

Claro que o Altíssimo não necessita que alguém Lhe diga o que está no coração do homem. Essas testemunhas somente servem para preencher as solicitações da Sua lei e também para prevenir um mundo decadente.

Agora, na situação exposta no livro do Apocalipse, os pecados de um indivíduo não estão sendo considerados. Em vez disto, a rebelião de todo o mundo está sendo exposta por esses profetas.

Veja que, ao final desta era, Deus julgará o Seu povo (Hb 10:30) e a terra pecaminosa. As taças daSua ira serão derramadas sobre a humanidade rebelde.

No entanto, de acordo com a própria lei Dele, antes que o julgamento seja executado, é necessário que pelo menos “duas” testemunhas testifiquem sobre os pecados daqueles que estão prestes a serem julgados. Sem o testemunho destes dois, não se pode dar início ao julgamento.

Desde que o iminente julgamento é universal, parece razoável que, os encargos que estão sendo trazidos devem necessitar de um testemunho mais amplo do que o de dois homens. Uma dupla de “intrusos” fazendo violentas acusações a uma grande distância pode não ser suficiente para convencer poderosamente o culpado.

Na situação exposta no livro do Apocalipse, os pecados de um indivíduo não estão sendo considerados. Em vez disto, a rebelião de todo o mundo está sendo exposta por esses profetas.

A evidência contra cada nação ou grupo de pessoas seria trazida de maneira mais convincente por aqueles que estivessem intimamente relacionados com cada respectiva situação e que, portanto, pudessem dar um testemunho acurado contra eles.

Consequentemente, parece razoável supor que o testemunho final de Deus deve ser dado a cada um na sua própria língua, por alguém que viva em sua própria cultura e, desse modo, expondo a condição pecadora deles de uma maneira que eles possam facilmente compreender.

TESTEMUNHAS EM TODO MUNDO

Outra observação que nos leva a crer que essas testemunhas possam ser mais do que apenas “duas” pessoas consiste na universalidade de seu testemunho. Evidentemente, seu testemunho influencia “povos, tribos, línguas e nações.” (Ap 11:9).

A celebração que ocorre quando as testemunhas são mortas parece ser universal (isto é, ocorre ao redor de toda a terra), nos levando a concluir que o mundo inteiro foi impactado por elas. Diante dessa situação, os pecados de alguns poucos indivíduos não são o que se deve considerar. Em vez disso, a rebelião do mundo inteiro será exposta por esses profetas.

Já que o julgamento que está prestes a acontecer será universal é bastante razoável pensarmos que as acusações a serem levantadas precisarão de um testemunho muito maior do que o de apenas dois homens.

A ideia de que essas testemunhas serão apenas duas, traz consigo um grande problema: como somente dois indivíduos poderiam profetizar de maneira adequada e eficaz para o mundo inteiro em apenas 1.260 dias?

Ainda que os cristãos contemporâneos pensem que o testemunho desses dois homens se espalhará por todo o globo através da televisão, um pouquinho de raciocínio sobre essa ideia, já demonstra que isto seria muito improvável. Vamos pensar juntos sobre essa possibilidade.

Você acha que haveria a possibilidade das grandes redes de TV e seu jornais, deem alguma atenção, e até mesmo um tempo de transmissão a esses dois profetas a fim de expor e condenar os pecados na nossa era? Não são esses pecados que as próprias produtoras de TV ao redor do mundo estão produzindo e promovendo?

Tempo de TV é um negócio caro. Você acha então que esses dois profetas vão simplesmente comprar horas e horas de horário nobre da televisão para defenderem a sua causa em todas as nações? Será que muitas pessoas assistiríam a isso, caso eles o fizessem? Será que as mídias de notícia dariam a esses homens um tempo adequado para ouví-los, para que eles possam expor completamente a palavra de julgamento que Deus falará através deles?

Talvez alguns pensem que as redes de TV cristã serão os mediadores pelos quais esses dois profetas possam expor suas condenações. Mas será que o mundo está dando ouvidos a esses canais? Quem de fato ouviria ou se convenceria através desses meios? Será que aqueles que comandam essas produções cristãs ficariam felizes em ouvir o que esses dois profetas têm a dizer?

Será que eles mesmos não seriam condenados pela pregação dos profetas? Será que dariam a esses dois homens todo tempo de anúncios que eles precisam? É no mínimo muito duvidoso que isso acontecer.

Outro conceito cristão contemporâneo é o de que esses dois profetas serão transportados por todo o mundo, quer seja por avião ou por simplesmente aparecerem e desaparecerem ao redor do mundo. Se investigarmos de perto essa questão veremos que isso é muito improvável, ou até mesmo ridículo.

Em primeiro, lugar, devemos nos lembrar que há atualmente 194 países no mundo. Para que esse profetas alcancem cada um deles individualmente em apenas 1.260 dias eles teriam que visitar uma nova nação a cada 6 dias e meio (incluindo o tempo de viagem, caso haja).

É impossível, para qualquer profeta, convencer de maneira adequada um país inteiro de seu pecado, dá forma como esses dois farão, em apenas seis dias e meio. Simplesmente não funciona! Como a mensagem desses homens poderia alcançar o povo de cada nação, alguns com mais de 1 bilhão de habitantes, em apenas 6 dias e meio?

Tomando os dias de hoje como exemplo, há em alguns países pregadores famosos nos canais de TV, alguns que veiculam seus programas por horas e horas diariamente em canais nacionais. Eles tem feito isso por muitos anos. Mas será que eles alcançaram todo mundo que mora naquele país? Será que toda a população existente ouviu as suas mensagens? É claro que não! Logo, um ministério de apenas duas pessoas, mesmo ficando tão dinâmico assim, não tem lógica e é muito pouco provável.

Em segundo lugar, quando adicionamos à essa equação a ideia que foi mencionada anteriormente de que, não apenas “nações”, mas também “povos”, “tribos” e “línguas” fazem parte do contexto, todas as possibilidades de haver tal ministério de viajar e profetizar ao redor do globo deixa de existir.

Nenhuma dupla, não interessa o quão rápido trabalhem ou se fossem teletransportados de um lugar para o outro, poderiam conduzir um ministério assim em 1.260 dias. Levando-se em conta só um pouco de lógica e bom senso, a falta de veracidade numa fantasia como essa fica clara e cristalina.

“DOIS” DEVE SER UM NÚMERO SIMBÓLICO

Com tudo isso em mente, somos levados a conclusão lógica de que o número “dois” é simbólico. Ele serve para representar o número do testemunho de Deus, e não referindo-se meramente a dois homens. Em vez disso, somos levados a crer que esse “corpo” consiste em um grupo de homens e mulheres preparados que serão levantados por Deus para testificarem contra uma geração pecadora e contra uma igreja em retrocesso, preparando assim o mundo para o julgamento de Deus.

Nos parece ser lógico supor que Deus está, agora mesmo, preparando dentro de cada nação, grupo, tribo e língua, cristãos fiéis que serão ungidos e levantados na última hora para cumprirem esse ministério essencial. Também parece razoável que através de um grupo maior de profetas esse testemunho será levado de maneira adequada dentro do tempo previsto.

Ainda outro problema que encontramos com a ideia de literalmente “dois” homens do passado serem as “duas testemunhas” consiste na eficácia de seu testemunho. Uma dupla de forasteiros fazendo acusações estrondosas a uma grande distância não parece ser poderoso o suficiente para convencer ninguém da culpa. Possivelmente nem seriam considerados testemunhas verdadeiras.

Por exemplo, vamos supor que você seja convocado a um julgamento para testemunhar sobre um acidente de trânsito. Mas você nem sabe porque foi chamado. Você não estava lá no momento que ocorreu e nem viu o acidente. Você não sabe nada sobre as pessoas envolvidas, os veículos ou sobre a situação. Logo, não pode ser considerado uma testemunha verdadeira.

Uma testemunha é alguém que pode dar seu testemunho sobre o que tem visto e ouvido. Somente aqueles que vivem em cada país, cultura, e situação, e que têm visto os pecados que ali são praticados, podem de maneira adequada testemunhar contra tais habitantes. O testemunho de forasteiros jamais seria prontamente aceito.

Mesmo que alguns pensem que Elias e Enoque estejam neste momento no céu, debruçados sobre o parapeito, olhando para baixo e tomando nota dos pecados de cada nação, língua, tribo, etc. é um tanto quanto ridículo pensar assim.

Nos parece ser mais sensato supormos que o último testemunho de Deus será dado a todos em suas próprias línguas, através de alguém que vive dentro de sua cultura, assim expondo sua condição pecadora de tal maneira que todos possam entender facilmente. É então provável, que certa quantidade de agentes santos “locais” sejam levantados e ungidos por Deus para testificar sobre o Seu justo julgamento naqueles últimos dias.

Fazendo aqui um paralelo, alguns poderão ficar curiosos em saber por que o terceiro uso da palavra “corpos” ocorre na verdade no plural. No texto grego (vs 9) lemos: “...e não permitiram que seus corpos mortos fossem sepultados.” (Ap 11:9).

A resposta pode ser esta: Será possível o mundo “ver” um “corpo” no coletivo (vs 8). Será também possível para o mundo ver um “corpo” no sentido coletivo da palavra “deixado na rua” (vs 9). Mas quando se tem que enterrar, deve-se enterrar “corpos” (plural) individuais. É um tanto quanto estranho tentar enterrar um grupo coletivo espalhado por toda a terra no mesmo tempo.

Esse uso da palavra “corpos” no plural no Grego na última parte do versículo 9 reforça a ideia de que os dois primeiros usos da palavra “corpo” no singular não seja um erro gramatical, mas uma parte de uma revelação importante.

GUERRA AOS SANTOS

Outra palavra nesta passagem que nos indica de que as “duas testemunhas” não são meramente “duas,” encontra-se no versículo 7. Aqui vemos no texto inspirado a palavra “guerra”. Lemos que o homem do pecado fará uma “guerra” contra essas duas testemunhas. No Grego a palavra é POLEMOS que significa um evento prolongado, estendendo-se por um período de tempo considerável e, provavelmente envolvendo várias batalhas.

Tal significado está em contraste direto com a palavra grega “PHONEVO” que significa matar e também com a palavra “MACHE” usada para significar uma única batalha. A distinção entre essas palavras é certamente importante. Por que o anticristo precisaria mover uma “guerra” contra dois indivíduos? Ele não poderia simplesmente matá los?

Claro que alguns poderiam dizer que o poder deles é tão grande que um simples ataque não resolveria o problema. Isso é certamente verdadeiro enquanto a proteção de Deus está sobre eles. Durante esse primeiro período eles serão invencíveis. Mas, quando essa proteção é retirada, como acontecerá em determinado momento, não haverá necessidade de uma luta prolongada contra duas pessoas que possa ser descrita como uma “guerra”. Um simples assassinato resolveria a questão.

Além disso, essa palavra “guerra” comumente refere-se mais a uma matança em grande escala do que ao assassinato de dois profetas peculiares.

É interessante que há outros lugares na Bíblia onde nós encontramos esta palavra “guerra” usada em um contexto que tem a ver com o nosso assunto. No Velho Testamento, no livro de Daniel 7:21 lemos que um “chifre” (que aqui simboliza o futuro “homem do pecado”) faz “guerra aos santos” e prevalece contra eles.

Evidentemente esse homem sinistro e mau começará uma cruzada para aniquilar cada uma das pessoas de Deus que se oponha a ele. Em Apocalipse 13:7 nós somos lembrados uma segunda vez que este homem recebe permissão para fazer “guerra” (POLEMOS) contra os santos e para vencê-los.

Então, descobrimos que em um determinado momento, toda a proteção dispensada a esses crentes santificados (“santos”) é retirada e é dado poder ao anticristo para começar um banho de sangue sem precedentes.

Uma “guerra” de proporções tremendas, talvez mundial, é empreendida contra homens e mulheres cristãos, cujas vidas e testemunhos se opõem aos propósitos desse louco satânico. Embora não seja possível provar pelas Escrituras que a “guerra” empreendida contra essas testemunhas dos últimos tempos seja a mesma “guerra aos santos” mencionada acima, o paralelismo aqui é indiscutível.

1.260 DIAS

Nesse ponto, seria interessante discutirmos alguns elementos relacionados ao tempo nessa passagem. O período de quase 3 anos e meio (1.260 dias) descrito no versículo 3, é muito possivelmente, uma referência à primeira metade do período de sete anos geralmente chamado de “grande perseguição” ou “grande tribulação”. Isso então poderia ser o momento no qual essas testemunhas proféticas poderosas tomariam parte nos eventos.

Mas há também outro número 3,5 mencionado – que é a duração dos “dias” em que “seu corpo morto” ficam largados, sem serem enterrados, nas ruas (Ap 11:9). Honestamente, parece estranho ter sido registrado aqui apenas a fração de um dia (que seria o 0,5).

Será que devemos realmente entender que esse corpo será deixado para apodrecer até exatamente ao meio-dia do quarto dia? Ou seria possível que a referência aqui se trata de algo mais do que simples dias? Embora nada, nas profecias bíblicas, pode ser provado, nos parece razoável supor que esse segundo número, o 3,5 tenha alguma conexão com os primeiros 3 anos e meio.

Anteriormente no mesmo livro, lemos que alguns cristãos da igreja em Esmirna iriam passar por perseguição por “10 dias” (Ap 2:10). A interpretação desse número pode ser literal, embora pode ser também que o sentido seja o de um período de dez anos de intensa perseguição.

Se aplicarmos a fórmula de um dia igual a um ano no nosso presente assunto, a matança que está por vir desses santos ocorrerá durante a segunda metade do período de 7 anos de grande tribulação, ou seja por 3,5 anos. No final desse período eles ressuscitam, possivelmente durante o “arrebatamento.”

Confirmando essa ideia, está o fato de que a ressurreição desses cristãos é precedida por uma “voz alta dos céus” que pode corresponder ao “grito do arcanjo” mencionado em 1 Tessalonicensses 4:16.

Além disso, esse evento ocorre ao soar da sétima trombeta que é provavelmente o mesmo que a “última” trombeta”. (Ap 11:15, 1 Co 15:52). Essa seria então a correspondência a “trombeta de Deus” também mencionada nesse mesmo versículo. (1 Ts 4:16).

O ESPÍRITO DERRAMADO

Em Joel 2:28-32 e também repetida em Atos 2:17-21 encontramos uma profecia muito importante.

Nós lemos: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, os vossos anciãos terão sonhos; e sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão. E mostrarei prodígios em cima no céu; e sinais embaixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor.” (VAA).

Ainda que Pedro, fez uso dessa passagem para fazer referência a experiência que os primeiros discípulos tiveram no dia de Pentecostes, fica claro quando fazemos uma leitura cuidadosa dessa profecia que o Pentecostes foi apenas um cumprimento parcial da profecia. Podemos facilmente concluir isso porque nem tudo do que a profecia prediz aconteceu em Jerusalém naquele dia.

Ainda que Pedro possa ter pensado que ele estava vivendo nos “últimos dias,” o contexto da passagem claramente faz ligação aos futuros “últimos dias” – o término desta era. Por exemplo, nós lemos que “O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor.” (At 2:20).

Essa profecia não foi totalmente cumprida no momento da morte de Jesus. Mesmo que tenha ocorrido “escuridão” (Mt 27:45) não lemos nada sobre a lua se tornando em sangue.

Ainda assim, no livro de Apocalipse, que prediz os eventos futuros, vemos que quando o sexto selo é rompido: “... houve um grande terremoto; e o sol se tornou preto como um saco feito de cabelos, e a lua se tornou como sangue.” (Ap 6:12). Isso é algo que acontecerá no futuro.

Lemos ainda: “Então o quarto anjo tocou: E um terço do sol foi abatido, um terço da lua e um terço das estrelas, para que um terço deles fosse escurecido. Um terço do dia não brilhou, e da mesma forma a noite.” (Ap 8:12). Isso também ainda não aconteceu.Sem sombra de dúvidas, algo além do que aconteceu no dia de Pentecostes está em vista na profecia de Joel citado por Pedro. Por favor, lembre-se do que foi dito no início deste artigo – profecias podem ter mais de um cumprimento. Neste caso, parece evidente que a realização completa dessa predição, que foi referenciada por Pedro, ainda virá a acontecer.

Chegamos aqui a mais uma consideração. Essa profecia parece ser dividida em duas partes, separadas pela palavra “e” no início do versículo 18. (Mesmo que a palavra “e” não aparece em várias traduções em português, no grego fica presente).

Na primeira parte, o Espírito Santo é derramado sobre “toda carne” (vs 17). Nos parece que o sentido é de que qualquer um ou todos que creem em Jesus podem receber o Espírito. Lemos: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne.” (At 2:17 VAA).

Mas o grupo de cristãos que recebem o Espírito no versículo 18 não é qualquer um, ou “todos”. Nos parece ser outro grupo. Se limita a um tipo especial de cristãos, isto é, os “servos” e “servas”. Lemos: “... e sobre os meus servos e sobre as mi-nhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.” (At 2:18 VAA).

Ainda que qualquer um possa crer em Jesus, ser considerado por Deus como um “servo” ou “serva” requer dedicação e fidelidade. Isso é algo bem diferente.

Outra confirmação de divisão nessa passagem em duas partes, ocorre quando nós consideramos os frutos que o derramamento do Espírito produz naqueles que O recebem. No primeiro caso inclui “sonhos” e “visões”, além de profecias.

A segunda unção vem especificamente para uma testemunha profética. Aqui somos informados que nos “últimos dias” haverá uma poderosa unção espiritual derramada sobre os servos do Senhor.

Essa unção sobrenatural é dada com um propósito específico – para que possam profetizar.

Assim, encontramos uma pista aqui, de que em algum momento no futuro, haverá um segundo derramamento do Espírito Santo. Isso provavelmente corresponde ao que muitos veem como a “chuva inicial e a chuva final (ou serôdia)”. (De 11:14; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7). No Velho Testamento em Israel, a primeira chuva vinha no momento da plantação. A chuva final (ou serôdia) vinha pouco antes do tempo da colheita.

No Pentecostes, houve o primeiro derramamento do Espírito Santo – a primeira chuva. Nos parece provável então, que antes da segunda vinda de Cristo, haverá um segundo e mais poderoso derramamento do Espírito Santo sobre os servos fiéis de Jesus – a chuva final (serôdia).

Essa unção tremenda resultará numa última e poderosa testemunha profética da verdade de Deus e contra a corrupção do mundo e da apostasia da igreja.

Esse pensamento combina harmoniosamente com as escrituras do Apocalipse que falam sobre as “duas testemunhas.” Lembre-se que todos os cristãos já possuem uma “porção” do Espírito Santo. Mesmo assim, aqui no livro de Apocalipse parece que para essas “duas testemunhas” é dado uma unção ou porção adicional. Lemos: “Darei poder as minhas duas testemunhas, e eles profetizarão...” (Ap 11:3 NVI). Essa entrega de poder parece claramente como algo maior e além daquilo que já foi dado anteriormente no dia de Pentecostes

Encontramos aqui, diante de nós, uma evidência substancial de que pode haver no futuro o último derramar do Espírito Santo sobre aqueles que profetizarão por Jesus durante os últimos dias.

MEDINDO O TEMPLO

Apocalipse capítulo 11, que fala a respeito das duas testemunhas, começa com um cenário bem interessante. Enquanto estava tendo a visão, João, o apóstolo, foi instruído a medir o templo.

Por que será que essa instrução foi incluída aqui? Será que Deus ficou tão velho que se esqueceu das dimensões deste prédio? Mas espere: João não deve apenas medir o templo, mas também medir o “altar” (o lugar de sacrifícios) e, com muito sentido, medir “aqueles que adoram lá” (vs 1).

Provavelmente todo cristão sabe que cada membro individual do corpo de Cristo compõe o verdadeiro “templo do Deus vivo”. (1 Co 6:16). É bem razoável imaginarmos então, que João foi instruído a conduzir uma inspeção, não de um prédio físico, mas sim de cristãos e a igreja.

Talvez Deus, antes de derramar Sua unção no fim dos tempos esteja a procura daquelas vidas que foram preparadas para receber tal unção. Essa “medição” pode, na verdade, ser uma inspeção que será executada para determinar quem dentre o povo de Deus estará pronto e capaz de concluir essa última grande missão.

E qual é a medida que será cobrada daqueles que forem escolhidos? Qual é o padrão pelo qual serão julgados? Sem dúvidas é algo que tem a ver com o altar.

Em outras palavras, os homens e mulheres que são selecionados devem ser aqueles cujas vidas se tornaram um sacrifício vivo a Deus – aqueles que sabem o que significa morrer completamente com Cristo no Seu altar.

A adoração também parece ser um fator importante. Para ser qualificado para tal tarefa, tais indivíduos devem ter gasto muito tempo “no templo” – na real presença de Deus. Estas pessoas são as que se tornaram íntimos de Deus. Elas não apenas “vão aos cultos” nos domingos. Suas vidas inteiras tornaram-se uma oferta espiritual a Ele. A cada momento suas almas são derramadas em adoração ao Deus todo poderoso.

Esse é, sem dúvida, o critério: viver apenas para Jesus. Esses são os que têm se preparado e são qualificados por Deus para receberem a segunda “porção” do Espírito Santo e executar um ministério profético essencial no final dos tempos.

A VINDA DE ELIAS

Não poderíamos discutir esse assunto de maneira completa sem mencionarmos um evento importante: o aparecimento do profeta Elias antes do “grande e terrível dia do Senhor.” (Ml 4:5). Antes da primeira vinda de Jesus, essa profecia foi cumprida de maneira preliminar na pessoa de João Batista. Lemos que ele veio no “...espírito e poder de Elias.” (Lc 1:17). Sua missão foi a de preparar um povo pequeno, localizado num pequeno lugar do globo terrestre, para a vinda do prometido Messias.

Quando os discípulos questionaram Jesus sobre a vinda de Elias, Ele lhes respondeu de maneira muito peculiar. Essencialmente Ele disse: “Ele já veio... e ele ainda virá no futuro.”

Lemos ainda: “E os Seus discípulos lhe perguntaram, dizendo, ‘Por que então os escribas dizem que Elias deve vir primeiro?’ Jesus respondeu e lhes disse, ‘De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas [essa é a futura vinda de Elias]. Mas eu lhes digo: Elias já veio, e eles não o reconheceram, mas fizeram com ele tudo o que quiseram. Da mesma forma o Filho do homem será maltratado por eles.’ Então os discípulos entenderam que era de João Batista que ele tinha falado.” (Mt 17:10-13 NVI).

O que estamos analisando é a possibilidade de que esta “segunda vinda de Elias” seja, de fato, um derramamento mundial do “espírito e do Poder de Elias” sobre milhares de cristãos que têm sido preparados por Deus. Seu trabalho será o de testificar para todo o mundo que o julgamento do Senhor está prestes a ser manifestado e que os homens devem se preparar.

Se for assim, então as características que descrevo a seguir, sem dúvida, farão parte desses indivíduos. Eles certamente estarão, como João Batista também estava, fora de qualquer organização religiosa. De maneira significativa, o testemunho profético de João Batista era totalmente a parte, e até mesmo, contra a hipocrisia dos conceitos eclesiásticos de seus dias.

Essas duas testemunhas serão então, homens e mulheres que não tem compromisso com tais coisas. Elas também não terão qualquer zelo pela fama, fortuna ou poderes terrenos. Em vez disso, elas queimarão com a chama da glória do seu Mestre. Elas serão destemidas, profetas corajosos, que se dispõem a dizer as pessoas exatamente o que elas não querem ouvir.

Elas serão aquelas que falam por Deus, expondo os pecados do mundo e da igreja mundana, para os converterem de sua loucura antes que seja tarde demais. Além disso, serão o tipo de pessoas em quem Deus pode confiar o Seu poder, a tal ponto que suas palavras sejam poderosas para inclusive chamar à terra pragas de todo tipo.

Você consegue ver porque todos odeiam esses profetas? O mal que está profundamente enraizado no coração do homem não quer de maneira alguma ser exposto. Quantos cristãos, por exemplo, estão constantemente tentando esconder seus pecados ao invés de se arrependerem e receberem o poder purificador de Deus?

Ó, como nós nos desculpamos a nós mesmos para não seguirmos as ordenanças do Todo Poderoso! Como gostamos de fingir que estamos fazendo de tudo para servirmos a Jesus! Quão desconfortáveis e constrangidos ficaremos quando esses profetas vierem expor a verdade insuportável de que não estamos certos diante de Deus! Se a igreja se encontra em tal estado, quanto mais o mundo reagirá contra estes que tentarão reprovar o mundo e a sua maldade.

Esse é o ministério dessa dupla de testemunhas: levar o arrependimento àqueles que darão ouvidos, e assim os preparar para a vinda do Rei e para alertar àqueles cujos corações teimosos se recusam a se curvar diante Dele.

João, o batizador, veio vestido de pele de camelo, comendo insetos e mel silvestre. Ele era diferente, não conformado e ofensivo. Ele não foi bem recebido pelos grupos religiosos. De maneira similar, essas futuras testemunhas surgirão “vestidas de pano de saco,” que são as vestes de luto. (Ap 11:3). Quer sejam apenas duas ou muitas pessoas, uma coisa é certa: eles também não serão bem vindos.

Essas figuras impopulares não terão nada a ganhar neste mundo. Elas já terão desprezado seu próprio apetite pelas coisas da terra. Elas não vão querer pregar para grandes multidões nos cultos de domingo. Suas sacolinhas de arrecadação não estarão cheias de ofertas de viúvas, divorciados, desempregados e tantos outros cristãos pobres de quem tiram quase tudo em troca de promessas não cumpridas de riqueza, sucesso, bênçãos, prosperidade, etc.

Projetos suntuosos e cultos que parecem como produções de cinema não serão atraentes para eles. A fama e os enfeites de “cristianismo bem sucedido” não será atrativo para eles de maneira alguma. O único futuro que os aguarda nessa vida é a morte – de serem assassinados pelo testemunho fiel que tem para com o Deus justo.

Esses profetas, cheios de fogo, serão evidentemente mortos na “grande cidade, que é espiritualmente chamada de Sodoma e Egito, onde também o nosso Senhor foi crucificado” (vs 8). Alguns dizem que essa parte se refere a Jerusalém num estado moral decadente, mas creio que algo muito mais importante está sendo mostrado aqui.

Se Deus estivesse tentando indicar Jerusalém, Ele poderia ter feito numa linguagem menos obscura, sem tanto mistério. É possível que essas três características que identificam a grande cidade – “Sodoma,” “Egito” e “onde o Senhor foi crucificado” – possa simplesmente ser uma linguagem que descreva para nós três características daqueles que participarão do massacre que ocorrerá com os profetas de Deus.

Sodoma foi a cidade de grande maldade e pecado. Egito é comumente utilizada na bíblia para tipificar o mundanismo e os prazeres sensuais. Finalmente, “onde o nosso Senhor foi crucificado” indica Jerusalém, o centro religioso judeu da época.

Tendo em mente que o judaísmo era a única religião ordenada por Deus, mas que se desviou muito Dele, podemos identificar aqui três elementos que se unirão para atacar as testemunhas de Deus

nos últimos tempos: pecado, mundanismo e um conceito religioso cristão vazio. Isso nos leva a concluir que os habitantes da terra envolvidos com pecado, mundanismo e religião vazia e hipócrita, unirão forças, assim como fizeram nos dias de Jesus, para destruírem esses profetas que os incomodam. Eles lutarão para silenciar as vozes que os condenarão.

O MINISTÉRIO DE ELIAS

Como temos visto, quando os discípulos de Jesus Lhe perguntaram sobre a vinda de Elias, Ele respondeu afirmando duas coisas: “Sim, ele virá e restaurará todas as coisas e, ele já veio.”

O livro de Malaquias nos informa que antes da segunda vinda de Jesus, haverá um ministério no estilo de Elias que cumprirá uma espécie de “restauração” dentre o povo de Deus. (Ml 4:5,6). Jesus também nos informa: “Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas.” (Mt 17:11 VAA).

A primeira “reaparição” de Elias – João o batizador – foi morto. Seu ministério, como aquele do primeiro Elias, acabou. Mas há outro ministério importante, do tipo Elias, que ainda está por vir.

Depois que Elias morreu, seu ministério foi levado adiante por Elizeu. No entanto, o ministério de Elizeu teve uma diferença importante em relação ao de Elias. Ele recebeu o dobro da porção do Espírito que estava sobre Elias.

Isso se encaixa muito bem com o que estamos sugerindo: que no final dos tempos, haverá uma porção dobrada do Espírito Santo derramada sobre os servos e servas fiéis que levarão à frente um ministério tal como o de Elias. Eles prepararão o mundo e a igreja para a iminente vinda de Jesus. Deles será o ministério de restauração de corações e mentes do povo para o seu Deus.

OLIVEIRAS E CANDELABROS

O quarto capítulo de Zacarias nos mostra uma figura eloquente desses dois profetas. Aqui eles são descritos como duas oliveiras que continuamente emanam azeite de si mesmas. Essas “duas oliveiras” deve ser uma referência a “porção dobrada do Espírito” que foi recebida por Elizeu quando Elias se foi.

Em Zacarias 4:2-3; 10-14 lemos sobre essas duas testemunhas. “Vejo um candelabro de ouro maciço, com um recipiente para azeite na parte superior e sete lâmpadas e sete canos para as lâmpadas. Há também duas oliveiras junto ao recipiente, uma à direita e outra à esquerda.

Então ele me disse: ‘Estas sete lâmpadas são os olhos do Senhor, que sondam toda a terra’. A seguir perguntei ao anjo: ‘O que significam estas duas oliveiras à direita e à esquerda do candelabro?’ Ele disse: ‘Você não sabe?’ ‘Não, meu senhor, respondi.’ Então ele me disse: ‘São os dois homens que foram ungidos para servir ao {na presença do} Soberano de toda terra.’” (NVI).

Neste texto, dois homens são os dois ungidos que sirvam na presença do Senhor de toda a terra. Podemos tirar disso um fato: esses dois profetas dos últimos dias fizeram uma troca.

Eles se dispuseram a deixar de lado todos os prazeres e atrativos dessa vida – até mesmo os que são religiosos – pelo privilégio incomparável de permanecerem na presença imediata do Deus Todo Poderoso.

Você pode ter notado, a medida que você lê esse texto de Zacarias, que apenas um candelabro é mencionado aqui, enquanto no livro de Apocalipse nós lemos sobre dois candelabros. A explicação para isso pode ser que nos finais dos tempos o testemunho de Deus será dada numa maneira dobrada – que é o número necessário para que o julgamento se inicie.

Enquanto as oliveiras falam de unção, os candelabros retratam o brilhante testemunho a todos como Deus é. Isso é então o que caracteriza o ministério das “duas testemunhas” – uma porção dobrada do Espírito de Deus e um testemunho duplo da retidão de Deus.

A CASA DE DEUS

Aqui na passagem em Zacarias nós também vemos algumas outras pistas do ministério dessas duas testemunhas, em relação a igreja. Aqui nós lemos novamente sobre o templo (vs 9) que hoje em dia consiste no povo de Deus. Então vemos que alguém chamado “Zorobabel” tem um prumo* em sua mão.

O prumo é utilizado em construções para verificar se uma edificação se encontra realmente na vertical, para averiguar se foi bem construída e alinhada. Nos parece então que o ministério dessas “duas testemunhas” – as duas oliveiras da profecia de Zacarias – tem algo a ver com a verificação da construção do templo de Deus (vs 9).

Lembramos também do início da passagem de Apocalipse sobre as duas testemunhas. Primeiramente, houve a medição do templo. Assim, essa passagem deve também estar relacionada a checagem ou a verificação de como a construção da casa de Deus está sendo edificada.

Nossa conclusão é algo que já discutimos em outros escritos: a casa de Deus não está em ordem.

*Algumas versões em português descrevem o prumo como pedra principal, pelo fato da palavra original hebraica ter mais de um sentido. No entanto, a maioria dos autores se refere ao sentido de prumo conforme aqui descrito.

A maior parte da construção que foi e que tem sido construída é defeituosa.

Uma das principais funções dessas “duas” testemunhas então, parece ser a de trazer uma correção a igreja. Eles têm uma importante tarefa na “restauração” do que está realmente no coração de Deus.

Isso sem dúvida envolverá a repreensão dos construtores que se portam de maneira descuidada e egoísta, além do chamado para o povo de Deus se voltar para Ele. Serão testemunhas proféticas, com uma unção dobrada, contra toda impureza, erro e mundanismo que existem hoje na igreja de Deus.

Esses profetas terão uma unção dobrada para desmascararem as mentiras e enganos que são tão comuns nos dias de hoje.

Eles terão uma visão clara, para ver e expor o caminho no qual os homens têm corrompido as escrituras e poluído a casa do Senhor com suas próprias ideias e planos. Eles pregarão com poder impetuoso contra aqueles que têm usado o povo de Deus para alcançarem seus próprios interesses egoístas e se enriquecerem.

Eles vão profetizar contra aqueles cristãos cujos corações estão cheios de mentiras e cujas vidas são uma farsa, que não se submetem verdadeiramente ao governo de Jesus. Esses profetas não serão pessoas populares. Ainda assim, seu ministério será essencial nesses últimos dias. Deles é o ministério da “restauração.”

A igreja de hoje está cheia de pecado e hipocrisia. Muitos, incluindo líderes, estão envolvidos com pecados sexuais. O evangelho glorioso de Jesus Cristo tem sido diluído e, assim, seu poder de transformar homens e mulheres na imagem de Deus tem se perdido.

Nós precisamos desesperadamente de algo poderoso, muito, mas muito mais poderoso do que o que temos visto até agora, para lançarmos as palavras de Deus sobre essa situação e assim suscitarmos a devida mudança. Precisamos com urgência do ministério dessas duas testemunhas.

APÓSTOLOS OU PROFETAS?

No entendimento de que a igreja precisa de uma correção profunda, há alguns que creem que é preciso acontecer a restauração do ministério apostólico Por examinarem o papel dos apóstolos nas igrejas do novo testamento e notarem uma aparente falta de homens com esse título nos dias de hoje, muitos têm concluído que isso levará a igreja de volta a Deus.

Quero deixar aqui bem claro que eu não sou contra, de maneira alguma, ao ministério apostólico guiado pelo Espírito. De maneira alguma eu desprezo essa função bíblica.

Porém, desde que eu era novo em Cristo, tenho visto muitos que se proclamam apóstolos circulando pelas igrejas. Ainda que alguns deles tenham trazido algum benefício para uns poucos cristãos, a igreja como um todo não mudou. Ela não foi trazida de volta para Cristo. Muito pouco foi “restaurado”. Em alguns casos, parece que a restauração foi meramente o uso da palavra “apóstolo.”

No passado, especialmente no Velho Testamento, Deus sempre usou profetas para trazerem a palavra de correção. Foi sempre o ministério profético o responsável por apontar as falhas e erros.

Mesmo hoje, nós precisamos ainda mais do que apenas apóstolos ou até mesmo profetas. Nós precisamos, desesperadamente, experimentar uma unção muito maior – uma porção dobrada do Espírito Santo sobre homens e mulheres preparados – em quem o poder de Deus vai expor a escuridão e o erro do cristianismo de nossos dias e levar o povo de Deus de volta a Ele. Nós lemos: “...o jugo será destruído por causa da unção.” (Is 10:27).

Não tenho dúvida que será pelo ministério da dupla ungida, profetas do fim-dos-tempos, que Deus trará a correção ao Seu povo, a igreja.

Em conformidade com o nosso ponto de vista está aquilo que é ensinado no livro de Malaquias sobre a vinda de “Elias.” O velho testamento termina com o seguinte pronunciamento: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” (Ml 4:5,6 VAA).

Quando lemos esses versículos pela primeira vez, nos parece que o que está no coração de Deus tem a ver com a restauração de relacionamentos familiares. Nos parece que Deus está preocupado principalmente com “filhos” e “pais” tendo bons relacionamentos.

Mas será que é realmente isso que o nosso Senhor tanto anseia no fim dessa era? Será que é isso que O impedirá de amaldiçoar a terra? Será que os bons e amáveis relacionamentos em família são a solução para o mundo rebelde e a igreja apóstata dos dias de hoje? Será isso o que a porção dobrada se refere? Não parece ser bem assim.

No entanto, uma leitura do evangelho de Lucas te dará outra impressão. A segunda parte do versículo em Lucas é diferente. Surge assim algo um pouco mais convincente e mais atualizado. Parece que a referência feita pelo anjo tenha como fonte uma outra versão do Torah, que não seria a versão que temos hoje em dia.

Talvez, na realidade, essa declaração de Deus tenha muito mais a ver com a Sua família do que com meras famílias humanas. Lemos: “Ele irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para sobrepor os corações dos pais aos filhos, e converter os desobedientes, de maneira que andem na prudência dos justos, a fim de formar para o Senhor um povo preparado.” (Lc 1:17 VDP).

Aqui nós entendemos que o objetivo dessa “restauração” é o de “formar um povo preparado para o Senhor.” É o de preparar a igreja para a vinda de Jesus.

Esse versículo não está realmente falando sobre um ministério de famílias (ainda que tal ministério seja muito importante), mas antes se refere a um trabalho essencial de purificação e restauração da igreja no fim dos tempos. Este é um trabalho que está no âmago do coração de Deus.

Uma parte importante dessa preparação é a de converter os “desobedientes” (os filhos de Deus rebeldes e não transformados) na sabedoria daqueles cujas vidas são um testemunho de retidão (aqueles que são “justos”). De fato é a família de Deus que está em vista aqui.

Algo que reforça ainda mais esse pensamento é uma tradução da frase “converter os corações dos pais para os filhos.”

Segundo o doutor R. N. Champlin, em seu Comentário do Novo Testamento, alguns tem entendido que essa passagem significa: “Restaurar as crianças à devota disposição dos pais do passado.” Em outras palavras, levar os filhos de volta a atitude de coração que os pais (ou pais da fé) tiveram.

Essa interpretação pode ter base na tradução da palavra “para” no grego, que é a palavra “EPI”. Em muitas versões essa palavra é traduzida como “para”, como ocorre no texto “converter os corações dos Pais para os Filhos”. Na língua portuguêsa esse “para” parece indicar “em direção a”.

Ainda assim, literalmente, a palavra grega EPI significa “sobreposição,” “sobre” ou “em cima de.” Assim, nós vemos que essa parte provavelmente tem o sentido de sobreposição dos corações dos pais sobre os corações dos filhos, em vez de simplesmente a conversão dos corações dos pais “para” ou “em direção aos” dos filhos.

Isso certamente harmoniza bem com o que nós temos visto e nos dá um entendimento claro. A família que precisa de restauração hoje é claramente a família de Deus. Para alcançar esse fim, esses “pais” – que muito provavelmente são os vasos mais maduros e mais bem preparados dos quais temos falado – recebem uma unção: “o espírito e o poder de Elias.”

Se as nossas suposições estiverem corretas, eles (os mais maduros e preparados) receberão uma porção dobrada do Espírito como Eliseu recebeu. Então, eles exercerão um ministério profético em relação a igreja que resultará na restauração. Essa é a restauração dos corações do povo de Deus voltados somente para Ele. Quando esse “Elias” vier, ele vai verdadeiramente “restaurar todas as coisas.” (Mt 17:10).

É claro que esses profetas também terão um impacto enorme nos habitantes do mundo que não creem em Deus, tanto pelas suas palavras quanto pelas pragas que virão através deles. Mas nós não podemos nunca perder a visão do quão importante preparação da igreja para a vinda de Jesus.

UM TEMPO DE PREPARAÇÃO

Ninguém pode viver como esses profetas viveram, ou executar tal ministério poderoso, sem passar por um período intenso de preparação. João o batizador ficou “nos desertos” até que chegou a hora do seu ministério para Israel começar. (Lc 1:80).

Paulo, o apóstolo, gastou um tempo significativo na Arábia (Gl 2:17). Ambos homens aqui citados, foram chamados a fazer algo fora do comum. Ambos tiveram que eventualmente se posicionar contra as tendências religiosas de suas épocas.

João sentiu-se impelido a confrontar os fariseus e seus pecados. Paulo constantemente se opunha as obras dos “judaizantes” (termo utilizado para os cristãos que insistiam que os novos convertidos deveriam continuar seguindo a lei de Moises, inclusive a circuncisão) que estavam levando os cristãos convertidos de volta ao jugo da lei morta e das práticas impotentes do judaísmo. Nenhum dos dois poderiam manter-se firmes sob tamanha pressão se não fosse pelo tempo de preparação pelo qual Deus os fez passar.

Da mesma forma, aqueles que são escolhidos por Deus para cumprir este chamado profético, sem dúvida alguma, também passarão pelo mesmo tipo de deserto espiritual, de muito estresse e dificuldades, de provações dolorosas. Um verdadeiro homem ou mulher de Deus deverá um dia aprender a viver sem apoiar-se e depender dos outros.

Comunhão com outros é muito importante. A alegria de ter relacionamentos espirituais verdadeiros com outros é algo sem paralelos. Mas se Deus está chamado você para ser Seu profeta, você acabará passando por tempos na sua vida quando você vai achará só, podendo contar apenas com Ele para apoiar-se.

Isso não necessariamente significa estar só fisicamente, mas, de alguma forma sem conseguir encontrar conforto ou companheirismo com outros. Tal experiência é essencial porque nos ensina a não confiar em nossos amigos cristãos, professores da bíblia, movimentos ou grupos, mas somente e exclusivamente em Cristo. Ele deve tornar-se o nosso tudo, em tudo.

Esses tempos de provações nos desagarram dos adereços superficiais que nos mantêm ativos, mas que ao mesmo tempo têm mascarado nossas fraquezas internas. Tais períodos de dificuldades espirituais nos servem para expormos de maneira mais profunda do que jamais sentimos e nos pressiona a buscarmos o Único que pode nos levar até o objetivo final.

Somente aqueles que passaram por tais “experiências de deserto” estarão equipados a manter-se firmes no dia mau, testificando corajosamente em favor de Jesus. Como resultado dessas provas de fogo, teremos homens e mulheres de Deus que são puros, ungidos e prontos para servirem ao Mestre.

Não estou aqui recomendando que os cristãos devam abandonar reunir-se com o corpo de Cristo ou cortar relações com outros cristãos. Isso seria uma prática de indivíduos carnais que são muito sensíveis à críticas ou que tentam ser algo ou “alguém” por fingirem ser mais espirituais que os outros.

Tampouco, dou aval aqueles cuja falta de paciência, atitude egoísta e/ou personalidade ofensiva acabam se afastando de seus companheiros cristãos.

Essa não é uma mensagem para os bebês espirituais, os ambiciosos ou para os neófitos. Também não é uma comissão que você pode pegar para si mesmo. Nem tente. Nada do que tenho dito aqui é algo que você pode alcançar por esforço próprio.

Estou apenas afirmando o que deveria ser óbvio: qualquer um que for chamado pelo Senhor para um ministério profético no fim dos tempos vai, sem dúvidas, passar por provações e testes dolorosos – muito dos quais deverão ser suportados sozinho.

Agora, com tudo isso em mente, gostaria de perguntar a todos vocês, leitores, algumas questões importantes. Você estaria disposto a dizer “sim” se Deus o chamasse para ser uma dessas pessoas? Como você avalia a si mesmo sobre a mensagem que foi passada aqui?

Se toda essa mensagem te deixa um pouco desconfortável, é certo que há algo dentro do seu coração nesse momento que não está certo com Deus. Não demore! Faça as pazes com Deus agora mesmo. Arrependa-se de tudo na sua vida que Deus está tocando agora e tome a decisão de nunca mais envolver-se com essa coisa impura novamente. Você pode ter certeza de que, qualquer que seja, se você desejar de verdade, Deus vai te libertar.

Por outro lado, gostaria de perguntar ainda aos outros leitores: o seu coração está dizendo “sim” para o chamado de “santificação para o Senhor”? (Ex 28:36). Se sim, entregue-se a Ele agora mesmo, da maneira mais completa que você jamais fez. Tire um momento para orar com sinceridade neste propósito.

Só Ele pode fazer o trabalho de purificação e preparação no seu coração, que é necessário para que você seja realmente útil a Ele. Se tão somente você apresentar seu corpo como sacrifício vivo, Ele o aceitará e começará a trabalhar dentro e através da sua vida de formas que você nunca imaginou serem possíveis.

Por fim gostaria de dizer que ninguém sabe ao certo quem de fato serão essas duas testemunhas. No entanto, existe sim, um ponto principal o qual estou tentando trazer a tona neste capítulo, que podemos ter plena confiança: Deus conhece o seu coração e Ele está chamando todo cristão para viver uma vida de ministério consagrado por amor a Ele antes que Ele venha.

Ninguém será isento disso. Ninguém é tão fraco ou tão espiritualmente pobre que não possa servi-Lo com todo o coração. É fato que Ele vai responsabilizará a todos nós pelo que fizemos com o que Ele nos tem dado.

A mensagem dos profetas de Apocalipse é também a nossa mensagem hoje como servos do Deus vivo. O que Ele vai declarar através deles em porção dobrada de poder, Ele deseja muito dizer hoje mesmo através de nós a um mundo que caminha para a morte e uma igreja decaída e corrompida.

Nós não precisamos de uma aparição sobrenatural de anjos ou vozes nos céus nos chamando para essa obra. A ordem já foi dada. (Mt 28:19). Os campos já estão brancos para a ceifa. (Jo 4:35).

Talvez somente uma coisa o impeça de ouvir a voz de Deus e responder de acordo. É o problema que é central na vida de cada cristão. É a escolha que se tornará surpreendentemente real para nós um dia. É a pergunta que cada um de nós deve finalmente encarar:

VOCÊ ESTÁ PRONTO PARA MORRER POR JESUS?

Final do Capítulo 1

Ler outros capitulos online:

Capítulo 1: AS DUAS TESTEMUNHAS (Capítulo Atual)

Capítulo 2: OS QUATRO SELOS .

Capítulo 3: O FILHO VARÃO

Capítulo 4: A GRANDE APOSTASIA

Capítulo 5: DESTRUIÇÃO REPENTINA