Ministério Grão De Trigo

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Arrependimento Para A Vida

A VERDADE QUE NOS LIBERTA

Capítulo 3

Arrempendimento Para A Vida, livro por David W. Dyer

Publicacao Grao de Trigo

Escrito por David W. Dyer

ÍNDICE

Capítulo 1: ARREPENDIMENTO PARA A VIDA

Capítulo 2: O PROCESSO DE ARREPENDIMENTO

Capítulo 3: A VERDADE QUE NOS LIBERTA (Capítulo Atual)

Capítulo 4: O JULGAMENTO VINDOURO





Capítulo 3: A VERDADE QUE NOS LIBERTA


Inevitavelmente, chegamos a uma parte difícil de nossa discussão. A fim de compreender a importância do arrependimento a fundo, é essencial desmascarar alguns dos ensinos cristãos atuais que impedem tal arrependimento de acontecer.

Esses ensinamentos indicam que um arrependimento sincero e completo é desnecessário. Oferecem uma espécie de substituto, ensinando um caminho mais fácil e menos custoso para ser aceito por Deus.

O processo para se chegar até a verdade dessas coisas pode ser um pouco difícil. Principalmente, porque existem tantos conceitos enraizados acerca deste assunto. Por favor, leia as sessões seguintes com cuidado. Essas coisas são de máxima importância se desejamos ser aceitos por Ele em Sua vinda. Não podemos errar de forma alguma ao tentarmos entender estas preciosas e eternas verdades.

Infelizmente, não são poucos os conceitos modernos que estão errados a respeito da obra que Jesus Cristo realizou por nós na cruz. Mesmo assim, prevalecem entre as congregações de crentes no mundo todo.

Estou convencido de que esses ensinos errôneos têm grande responsabilidade no fato de muitos crentes não terem muito progresso espiritual. Existem pouquíssimos cristãos cuja vida reflete, de forma significativa, a vida pura de Jesus Cristo.

Há muitas doutrinas, comuns entre nós hoje, que parecem ser boas e, até mesmo, atrativas, mas que não são completamente verdadeiras. Elas não são fiéis ao coração de Deus ou à mensagem do Evangelho. São uma distorção sutil e, portanto, corrompem a verdade. São pensamentos, conceitos quase bíblicos, que foram se infiltrando no Corpo de Cristo e roubando seu poder e vitalidade espiritual.

A razão para se expor esses erros não é gerar um simples descrédito ou tentar mostrar que este autor está “mais certo”. Esta análise é de extrema importância porque todos esses ensinos têm um efeito similar.

Essas doutrinas, de um modo geral, servem para diminuir a convicção de pecado. Elas operam para, enganosamente, libertar os crentes de todo e qualquer senso de culpa, quando ainda não se consertaram com Deus de verdade.

Essas doutrinas oferecem aos cristãos desculpas plausíveis para justificar o fato de que suas vidas não refletem a natureza de seu santo Criador. Elas se unem para formar uma trama teológica que elimina, quase que por completo, qualquer necessidade de uma profunda busca por um coração arrependido.

Portanto, esses erros são responsáveis pela grande fraqueza na Igreja hoje. Desviam o coração das pessoas do real arrependimento. Trabalham para justificar a prática do pecado. “Curam superficialmente” o pecado do povo de Deus (Jr 8:11), providenciando uma espécie de curativo humano para sua condição impura, retardando, assim, a limpeza do pecado que tão desesperadamente precisamos para nos tornar íntimos de Deus. Essas doutrinas erradas são como códigos maliciosos de computador, que invadiram a Igreja e roubaram seu poder.

A IGREJA DE HOJE NÃO ESTÁ SAUDÁVEL

Se formos honestos, teremos de admitir que a saúde espiritual da Igreja de hoje não está boa. Ela não vai bem. A prova disso é a quantidade excessiva de pecado nas congregações.

Adultério, sexo fora do casamento, mentiras, enganações, abortos, traição, luta por poder, fofoca, calúnia, ódio, inveja e todo tipo de autopromoção são abundantes. O vestuário, hábitos, valores e pecados do mundo estão invadindo a Igreja.

Em nossa luta pela retidão, o mundo está vencendo. A influência do mundo sobre a Igreja é muito maior do que a influência da Igreja sobre o mundo. Em vez de o mundo tornar-se mais reto, a Igreja é que tem se tornado mais mundana e pecadora. Embora haja algumas excessões preciosas, a tendência geral é óbvia. Qualquer um que não queira admiti-lo, insiste em permanecer cego.

Alguma coisa está definitivamente errada, mas o quê? Satanás tem obtido sucesso em insinuar para a Igreja algumas ideias erradas. Ele conseguiu distorcer algumas verdades cristãs fundamentais, transformando-as em mentiras parciais que roubam os crentes de seu relacionamento com Cristo.

Em vez de um profundo arrependimento, temos um tipo de mensagem frouxa, diluída e tímida, que faz com que Deus pareça estar a procura de alguém para aceitá-Lo. Não se exige santidade alguma. Não se ensina sobre o temor de Deus nem buscam temê-Lo. Temos aceitado uma série de “crenças fáceis” que eliminam a questão do pecado de nossas mentes.

Como isso aconteceu? Onde a Igreja foi levada ao erro? Precisamos gastar um tempo refletindo a respeito deste assunto, porque esses erros estão profundamente arraigados e têm sido introduzidos na Igreja, de gota em gota, há um bom tempo. Não existe uma resposta simples e rápida para o nosso dilema.

Ainda creio, à medida que podemos olhar juntos para a palavra de Deus, que Sua luz brilhará sobre nós para nos mostrar um novo e vivo caminho. Tentaremos pegar cada ideia falsa em seu desvio e mostrar como as Escrituras têm sido distorcidas para que nossas vidas não sejam impactadas pelo poder de Deus. Pela graça do Senhor, podemos ter um novo entendimento de Sua vontade que nos atraia para Seus braços.

ELIMINANDO O PECADO

O plano de Deus para o pecado é eliminá-lo de nossas vidas. A tática do diabo é tentar eliminá-lo de nosso vocabulário e de nossas mentes. A ideia de Deus é nos mudar à Sua semelhança de maneira que não pequemos mais. Ele pretende, de fato, nos tornar santos.

A diversão do inimigo é nos fazer pensar que Jesus não está mais muito preocupado com o que fazemos, pensamos ou dizemos. O diabo quer que acreditemos que, independente da real situação, Deus acha que nós somos santos.

A Igreja, hoje, parece pregar uma mensagem de que Deus não está muito interessado em nosso pecado. Talvez não seja algo declarado abertamente, mas existe um pensamento generalizado e sutil de que talvez as gerações passadas de cristãos tenham sido muito severas. Talvez as coisas no passado tenham sido muito legalistas.

Talvez o Deus do Velho Testamento, que apareceu como fogo, fumaça, terremoto e um insuportável toque de trombeta no Monte Sinai, tenha mudado. Talvez tenha repensado Sua posição e decidido que seria mais aceitável e popular se apenas Se tornasse mais clemente. Talvez tenha mudado Sua atitude intolerante anterior.

Contribuindo com essa impressão, há uma compreensão errada sobre o perdão. O ensino oferecido pela Igreja acerca deste tema tem expandido o perdão de Deus muito além do que Ele planejou.

Em nossos dias, parece que, se recebermos a Jesus, Ele perdoará de imediato todos os nossos pecados – do passado, do presente e do futuro. Além disso, quando O “aceitamos”, Ele não presta mais muita atenção se pecamos ou não e, subitamente, torna-Se cego para o que estiver acontecendo. De acordo com essa mensagem tão popular – seja ela pregada de forma sutil ou aberta – quando nos tornamos filhos de Deus, o pecado não tem muita importância para nós e nem para Ele.

Embora seja verdade que Jesus pode perdoar qualquer pecado, não é verdade que Ele fará isso sem considerar as motivações do nosso coração.

O sangue de Jesus é de altíssimo valor para nós e para Deus. Esse sangue é o resultado da morte do único filho de Deus, a coisa mais preciosa, íntima e especial para Ele. Jesus não doou sangue como alguém pode fazer à Cruz Vermelha. Ele foi torturado, sofreu e morreu para derramar Seu sangue. Isso teve um alto preço. Portanto, esse sangue tem valor inestimável aos olhos de Deus.

Isso significa que quando pedimos o perdão de Deus baseados nesse sangue, devemos fazê-lo com total sinceridade. Não pode ser uma brincadeira ou um flerte. Não podemos estar parcialmente arrependidos. Temos de estar inteiramente dispostos a abandonar nosso pecado.

Deus conhece as motivações do nosso coração. Ele conhece nossos pensamentos secretos de longe (Sl 139:2). O que significa que, sem sinceridade de coração em nosso pedido de perdão, não podemos ser perdoados. Está escrito: “(...) aproximemo-nos [de Deus] com sincero coração (...)” (Hb 10:22). Qualquer coisa diferente disso não funcionará.

Deus não perdoará um hipócrita. Qualquer um que pensa que pode enganá-Lo ou, simplesmente, usar Seu perdão como um meio para escapar das consequências de suas ações terá uma surpresa desagradável. “De Deus não se zomba” (Gl 6:7). Não pode haver perdão sem um arrependimento cem por cento sincero. Está escrito: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29:13).

Rei Davi admoestou seu filho dizendo: “Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária; porque o Senhor esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento (...)” (1 Cr 28:9).

FALTA DE ARREPENDIMENTO

É verdade, também, que Deus não perdoará pecados dos quais não tenhamos nos arrependido. Se tivermos, em nossas vidas, no passado ou presente, uma quantidade de pecados dos quais não nos arrependemos ainda, eles não estão perdoados.

Não é verdade que, quando “recebemos a Jesus”, nosso registro celestial é limpo e podemos começar tudo de novo, como se nada tivesse acontecido de errado. Pelo contrário, devemos nos arrepender dos pecados dos quais temos consciência.

Além disso, precisamos nos arrepender também das coisas ocultas e esquecidas que Ele trouxer à luz à medida que andamos com Ele. Somente então, os pecados são perdoados e esquecidos por Deus. “E Deus pede conta do que passou” (Ec 3:15-VCR). Não estou incitando, com isso, uma total introspecção. Não estou dizendo que devemos gastar bastante tempo cavando nosso passado para encontrar um erro minúsculo. Estou, simplesmente, dizendo o óbvio. Nada, no passado ou presente, está escondido Dele. Devemos estar sensíveis ao Seu Espírito para que Ele possa nos convencer de nosso pecado e pecados, a fim de que possamos nos arrepender e ser limpos.

É importante, também, continuarmos abertos à obra do Espírito Santo que traz essas coisas à nossa memória, para que possamos desfrutar de um maior arrependimento e transformação. Se estamos cientes de um pecado e não nos arrependemos por tê-lo cometido, não há perdão de Deus!

Crentes imundos que andam em pecado, não são e não serão perdoados a menos que se arrependam. É uma completa tolice imaginar que serão perdoados de outra forma. Não existe qualquer possibilidade do Pai aceitar o infinito e precioso sangue de Seu Filho como uma oferta para perdoar um crente que continua pecando e não está arrependido. “(...) Porque o Senhor esquadrinha todos os corações, penetra todos os desígnios do pensamento” (1 Cr 28:9).

JUSTIFICAÇÃO

Uma outra doutrina que tem sido alterada é a da justificação pela fé. Parece que hoje muitas pessoas pensam que isso significa apenas crer em alguns fatos acerca de Jesus, como Sua divindade, Sua morte e ressurreição, etc.

Então, tomando isso como base, pensam que estão completamente justificadas diante de Deus. Imaginam que, partindo deste ponto, Deus “não possa ver seus pecados, mas somente o sangue de Jesus”. Nada poderia estar mais longe da verdade. Deus sempre sabe quando pecamos. Isso é certo. Cada vez que pecamos, Ele sabe tudo o que aconteceu. Nosso Pai nunca perde a conta de quantos fios de cabelo há em nossa cabeça (Mt 10:30). Como Ele poderia deixar de notar quando pecamos? Esta é a verdade. O que significa, então, ser justificado?

Ser justificado é quando Deus nos considera justos. Quando Ele tem um relacionamento e interage conosco como se fôssemos, de fato, justos. Por causa do sangue de Seu Filho, Ele pode ter comunhão conosco desse modo. E Ele tem “legalidade” para agir assim por causa de algo chamado “fé”. Somos justificados diante de Deus pela nossa fé em Jesus Cristo.

O que é fé exatamente? É de extrema importância que entendamos este assunto, porque é através da fé que somos justificados. Se a temos, Deus nos terá por justos. Caso contrário, Ele não nos considerará justos. Então é essencial que tenhamos essa fé, a fim de continuarmos desfrutando deste relacionamento abençoado com Deus.

O QUE É FÉ?

Colocando de uma maneira bem simples, fé é a resposta que damos quando Deus Se revela; quando Ele nos mostra algo sobre quem Ele é e nós respondemos que aquilo é verdadeiramente o que Ele é. Está escrito que Jesus: “(...) manifestou a Sua glória, e os Seus discípulos creram Nele” (Jo 2:11). Por favor, note a ordem dos fatos. Primeiro, Jesus manifestou-Se. Depois, os discípulos creram. A menos que Deus revele algo de Si mesmo para nós, é impossível crer.

Não podemos definir com palavras humanas o modo com que Deus Se revela para cada pessoa. Com Ele, há uma infinidade de formas e meios. Creio firmemente que cada ser humano teve ou terá uma mostra da Pessoa de Cristo, durante sua vida, de uma forma ou outra.

Fé é quando o indivíduo tem uma reação positiva. Desobediência é quando alguém rejeita o que recebeu. Quando Deus Se revela, o coração humano ou ama e aprova o que recebe, ou odeia e rejeita aquilo.

Fé não é um exercício mental. Não é uma afirmação de alguns fatos a respeito de Jesus. Somos convertidos porque, de alguma forma, vislumbramos a Pessoa de Cristo e cremos Nele, e não apenas porque concordamos em um conjunto de verdades acerca Dele. Somos salvos por nossa fé Nele, e não por uma teologia a Seu respeito.

A verdadeira fé é a nossa resposta para a revelação de Deus. Quando Ele Se revela e nós confirmamos o que Ele é, então, e somente então, somos justificados. Quando Ele fala, nós ouvimos. Quando Ele revela Seu caráter, O amamos. Quando nos mostra Seus caminhos, os aprovamos. Quando nos convence do pecado, concordamos com o que vemos. Esta é a nossa resposta de fé à Sua revelação. A partir daí, Deus interage conosco baseado no sangue de Jesus e considera-nos justos.

Vamos supor que nós pecamos. Fizemos ou dissemos algo que ofendeu ao Senhor. Em nosso espírito, Deus revela Seu descontentamento. Sentimos Seu falar em nossa consciência. Ele nos revela o quanto nosso erro O ofendeu, mas não respondemos com fé. Rejeitamos Sua voz em nossa consciência. Resistimos ao que Ele está revelando acerca de nossa falha comparada à Sua justiça. Em nossos pensamentos, justificamo-nos a nós mesmos. Em vez de crermos – correspondendo com arrependimento e, então, sendo justificados por Ele – rejeitamos Sua revelação.

Logo, não estamos mais vivendo pela fé. Não estamos respondendo positivamente à Sua própria revelação. Ele está falando, mas não estamos ouvindo. Ele está revelando algo, mas estamos resistindo a essa revelação. Não estamos crendo e, depois, confirmando o que Ele está nos mostrando. Ele está nos convencendo do pecado, mas estamos rejeitando essa convicção.

Será que Ele ainda nos consideraria justos? Ainda estaríamos andando pela fé? A fé que um dia tivemos seria suficiente para enganá-Lo e fazer com que não percebesse que estamos nos rebelando contra Ele agora? Somos justificados diante Dele com nossa rebeldia atual? Certamente não!

VIVENDO A FÉ QUE JUSTIFICA

A fim de que nossa fé seja genuína, ela precisa ser contextualizada. Ela deve ser ativa, agora, neste exato momento. Tiago torna esta realidade muito clara, quando diz: “(...) a fé sem obras é morta” (Tg 2:26). Isso quer dizer que, se nossa fé é viva e, portanto, genuína, ela se manifestará hoje em nossas ações. Nossas “obras” – as coisas que fazemos e dizemos – refletirão nossa fé viva. Serão a prova de que estamos em um contato vivo com nosso Criador.

Nossa fé presente é viva quando nos leva a um relacionamento íntimo com Deus e quando Deus entra em comunhão conosco. É neste sentido que “andamos pela fé” (2 Co 5:7). Andamos em comunhão com Ele, sempre respondendo com fé ao que Ele revela de Si mesmo para nós a cada momento. O resultado dessa comunhão são nossas ações ou “obras” que revelam que nossa fé é viva.

Por outro lado, a fé morta não nos justificará. Uma fé descontextualizada – que neste exato momento não está respondendo ao que Deus está revelando – não pode agradar a Deus. É uma fé morta e sem utilidade.

Até mesmo os demônios têm uma espécie de fé, talvez mais do que muitos cristãos. Eles creem em muitos fatos acerca do Altíssimo. Eles até têm o bom senso de tremer quando pensam sobre esses fatos. Mas não têm comunhão com Deus. Não estão num relacionamento de fé com Ele. Não correspondem com Sua liderança a cada segundo. Não estão sendo justificados. Da mesma forma, a fé morta de um cristão não pode justificá-lo diante de Deus.

Uma fé morta é algo que pertence apenas ao passado. É algo que cremos uma vez e respondemos ao Senhor. A fé morta é estática, é uma coisa mental da qual fomos convencidos uma vez.

Portanto, aquilo que ocorreu no passado não constitui uma fé que nos justifique, agora, diante de Deus. Por exemplo, vamos supor que um dia você creu em Jesus. Ele revelou-Se e você respondeu positivamente a essa revelação. Você creu Nele e nasceu de novo. Até aquele momento, sua fé era viva. Você foi justificado por Ele.

E hoje? Sua fé ainda é ativa e viva? Você ainda está respondendo a tudo que Ele revela a respeito de Si mesmo e de Sua vontade? Você está desfrutando de uma vida de comunhão com Ele? Está O ouvindo e obedecendo? Sua fé, até este minuto, é do tipo que o justifica? Ou você está em uma posição um tanto quanto distante Dele?

Para sermos justificados pela fé hoje, devemos ter uma fé que seja ativa hoje. Vamos tomar um exemplo de pessoas que receberam ao Senhor alguns anos atrás, mas que, no intervalo entre aquele momento e agora, começaram a viver em pecado.

Vamos supor que começaram a fazer sexo fora do casamento, a mentir acerca de algumas coisas, a enganar ou a roubar dinheiro no trabalho, a usar drogas ou a fazer outras coisas do tipo. Será que Deus considera essas pessoas justas ou retas? Será que Ele ficou cego e tornou-Se um tolo?

Para que sejam justificadas de novo, elas devem se arrepender. Devem reativar sua fé e se tornar obedientes. Devem responder ao que Deus está lhes falando em seus espíritos, neste momento, e se arrepender. Se fizerem isso, Deus as considerará justificadas, outra vez. Ele terá comunhão com elas, novamente, baseado no sangue de Jesus.

Todavia, se continuarem no pecado, se se opuserem à obra do Espírito Santo em suas vidas, se resistirem ao Seu convencimento, continuarão não tendo uma fé viva. Portanto, não estarão sendo justificadas. Essas pessoas necessitam de arrependimento. Precisam buscar o perdão de Deus, repudiar seus pecados e colocar a parte de suas almas que está produzindo o pecado para morrer junto com Jesus.

Somente então, estarão qualificadas, mais uma vez, para serem consideradas justificadas aos olhos de Deus. Esta é a verdadeira justificação pela fé.

Fomos claramente ensinados: “O justo viverá pela fé” (Gl 3:11). Deus nos considera justos apenas quando estamos “vivendo pela fé” da maneira descrita anteriormente.

PODEMOS IR LONGE DEMAIS?

Isso levanta uma importante questão. Pode-se ir longe demais? Um filho de Deus pode pecar e continuar pecando até que não consiga mais se arrepender? A resposta parece ser “sim”. Parece ser possível as pessoas endurecerem seus corações, irem contra sua própria consciência e resistirem a Deus até chegarem a um ponto onde não conseguem mais se arrepender. Não se sentem tristes de verdade pelos seus pecados diante de Deus.

Está escrito em Hebreus 6:4-8: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-O à ignomínia. Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada”.

Por favor, note aqui que o fim dessa terra, e também das pessoas que ela representa, é ser “queimada”. Talvez você se lembre do começo deste tema, quando falamos da intensa e ardente presença de Deus. Você deve se lembrar, também, como qualquer coisa pecaminosa e não transformada será consumida em Sua presença. A presença do Deus Santo queimará qualquer coisa que não corresponda com Sua natureza. Esses versículos confirmam tudo o que temos falado.

Portanto, todos nós devemos ter uma boa dose de temor de Deus. Devemos tratar nossa preciosa relação com Jesus como uma coisa séria e extremamente importante. Nunca devemos brincar com o pecado ou com o sacrifício do nosso Senhor por nós. Estejamos cientes de que há sérias consequências. “E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens” (2 Co 5:11). (Por favor, note que o contexto desse versículo fala somente acerca de crentes.)

Esaú é um exemplo de alguém que não conseguiu se arrepender. Ele chegou a ponto de endurecer seu coração, onde não conseguia mais se arrepender genuinamente. Seu coração não estava mais sensível ao Senhor. Ele tinha tratado as coisas preciosas do Senhor superficialmente e as tinha negociado por um prazer temporário e terreno. Um dia, percebeu que as tinha perdido e quis voltar atrás.

Entretanto, parece que ele as queria de volta sem o verdadeiro reconhecimento de seu pecado. Talvez tenha se dado conta de que havia perdido alguma coisa, mas não estava disposto a humildemente confessar seu erro. Ele queria rasgar suas vestes, mas não seu coração (Jl 2:13).

Mesmo lamentando e chorando diante de Deus, não podia ter de volta o que havia perdido. Não podia levar-se a si mesmo a um arrependimento genuíno. “Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado” (Hb 12:17).

Essa história terrível deve servir de aviso para todos nós. Nunca devemos brincar com as preciosas coisas de Deus. Devemos vir a Ele com reverência e divino temor. Devemos ter o mais alto respeito pelo que Ele tem feito por nós. Nosso arrependimento deve ser sincero. Nossa fé deve ser viva. Somente dessa maneira estaremos sendo agradáveis a Deus quando Ele voltar.

Há ainda uma outra passagem da Bíblia que confirma essa mesma verdade. “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o Seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:26-31).

Essa passagem está claramente falando sobre os cristãos. Somente eles podem ser qualificados como “nós”, os que já têm “recebido o pleno conhecimento da verdade”, e ser “Seu povo”. Mais uma vez estamos falando do “fogo vingador” de Jesus para os não arrependidos, que consumirá aqueles que são desobedientes. A palavra “adversários” não tem que ser “inimigos” ou descrentes, mas aqueles que têm “se colocado contra ou em oposição” a Jesus.

O “pecado deliberado”, sobre o qual lemos aqui, não é aquele que ocasionalmente cometemos sabendo que é errado. A verdade é que todos os crentes fazem isso de vez em quando. “Deliberado” é quando o indivíduo persiste no erro mesmo sabendo que é pecado. Ele continua em rebeldia, resistindo ao convencimento do Espírito Santo, por um longo período de tempo.

Essa rebelião obstinada parece produzir uma dureza de coração que, ao longo do tempo, se torna impossível, mesmo para um crente, de haver arrependimento com sinceridade.

UM EXEMPLO MODERNO

Tivemos uma experiência recente com uma pessoa em uma situação similar. Um homem que conhecemos cometeu adultério com a esposa de um outro homem, uma irmã da igreja. Quando fomos falar com o irmão, nós o exortamos para que se arrependesse – não um simples e rápido “desculpe-me”, mas deveria ter um sentimento de culpa e de auto-abominação.

Sugerimos que suas ações – assim como outras situações similares – poderiam destruir o casamento da outra mulher; precipitar um divórcio; deixar crianças sem um de seus pais e, talvez, sem suporte financeiro; além de causar um grande número de consequências permanentes, cruéis e devastadoras. Como ondas em uma lagoa quando se atira uma pedra, assim é todo e qualquer pecado. Ele traz consequências que impactam muitas outras vidas ao nosso redor.

Ao longo de nossa conversa, descobrimos que a vida daquele homem tinha uma longa história de adultério e pecados sexuais. Era algo que o dominava por um número significativo de anos.

Parecia que nunca tinha sido capaz de chegar a um profundo e real arrependimento, o que impedia Deus de limpá-lo. Então, sugerimos que era isso que ele precisava – chegar a ponto de abominar-se a si mesmo e seus feitos, arrependendo-se verdadeiramente.

Sua resposta para nós foi algo mais ou menos assim: “Eu já estou restaurado”. “Eu já voltei para Deus.” “Eu não preciso de nada do que vocês estão sugerindo”. “Eu rejeito essa ideia”. Infelizmente, não tivemos escolha, a não ser deixá-lo com sua rejeição. Ele rejeitou um arrependimento de coração rasgado e alma sedenta. É completamente possível que, sem tal arrependimento, aquele pecado continue a operar na vida dele e a atingir a vida de outros também. A última notícia que ouvi a seu respeito é de que está pastoreando uma igreja em uma cidade próxima.

João ensina que “(...) há pecado para morte” (1 Jo 5:16). Isso não é uma referência à morte física apenas, mas pode, também, referir-se à destruição final da alma pecaminosa. Parece que há um limite que, se ultrapassado por um cristão, ele não conseguirá mais voltar para se arrepender.

João explica que não devemos orar por essas pessoas. Nossas orações não teriam utilidade. Seu destino está selado. Ao passo que, quando oramos por outros cristãos envolvidos em pecado, o resultado será a “vida” de Deus crescendo dentro deles. Neste caso, porém, vemos que a oração por uma pessoa teimosamente não arrependida não surtiria efeito positivo algum.

A verdade é que é quase impossível sabermos quando alguém já foi longe demais. Não existe nenhum ponto humanamente definido para estarmos certos de que alguém não vai mais conseguir se arrepender. Somente Deus conhece nossos corações. Ele sabe onde fica esse limite.

Então, queridos irmãos e irmãs, fiquemos longe desta linha. Não vamos deixar nossa fé oscilar. Vamos manter um relacionamento de fé viva com nosso Criador e sempre permitir que Ele nos leve a um arrependimento profundo.

NÃO SE PODE SER REALMENTE SANTO

Há ainda uma outra inverdade, muito comum em nossos dias, de que cristãos não conseguem ser santos. Parece que muitas pessoas – se não a maioria dos crentes – pensam que podemos deixar alguns de nossos pecados mais grosseiros, mas que ter, de fato, uma santidade real e visível não é possível.

Parecem crer que podem melhorar um pouco nesta vida, mas alguém ser genuinamente santo é como encontrar uma agulha num palheiro. Associado a essa crença, há um pensamento de que Deus não Se importa muito com isso. Ele não se importa se somos completamente santos ou não. Elas crêem que Deus até gostaria de ver santidade em nós, mas Ele entende que isso é quase “impossível”.

Essa mentira tem feito com que cristãos nunca atinjam o alvo. Eles nunca esperam ser verdadeiramente purificados do pecado. Nunca esperam ser mudados de forma dramática e, por isso, ficam simplesmente acomodados, com suas vidas de imperfeição e pecado.

No entanto, Deus admoesta-nos em Sua palavra a sermos santos: “(...) segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pe 1:15,16). Também aprendemos: “Persegui (...) a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14). 2 Coríntios 7:1 admoesta-nos a estarmos: “(...) aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”. Esses são somente alguns dos vários versículos na Bíblia exortando-nos à retidão e santidade.

Essa santidade para a qual nosso Mestre tem nos chamado não é algo que existe somente na mente de Deus. Não é algo apenas teórico, mental ou doutrinário. Não é meramente “posicional”. É um tipo de santidade que é real, tangível e vivida por nós. É uma pureza que os outros notam. É uma retidão que é visível para aqueles que convivem e têm um relacionamento conosco.

Essa vida sobrenatural, essa retidão genuína, não é algo que possamos produzir. Não é resultado de esforço humano. Não é adquirida através da força de vontade, determinação ou dedicação.

O padrão de justiça requerido vai muito além do que qualquer ser humano possa alcançar. Pelo contrário, é o resultado de uma outra vida. É alcançado por Alguém verdadeiramente reto vivendo dentro de nós e manifestando-Se a Si mesmo através de nós.

Como temos visto, o plano de Deus é nos dar Sua própria vida. Depois, Sua vida crescerá dentro de nós. À medida que cresce, ela se expressa de forma cada vez mais clara. Sua própria natureza, que é supremamente santa, começará a ser vista em nós. Assim, começamos a exibir uma justiça genuína e visível. Passaremos a, de fato, pensar, dizer e fazer coisas santas.

Entretanto, essa retidão não é algo que “nós” fazemos. Ela não vem de nós (Ef 2:8). É algo que vem de Deus. É o resultado de Sua vida movendo-se, pensando e sentindo dentro de nós. Este é Seu plano.

Insistir que não podemos ser perfeitos é insistir que a obra da salvação de Jesus também foi imperfeita. É dizer que ela foi incompleta. Pensando desta forma, afirmamos que, embora possamos talvez ser transformados um pouco, a obra de Deus na cruz não possui a força e a potência suficientes para completar o trabalho em nossas vidas. É óbvio que isso não pode ser verdade. Ele disse claramente: “Está consumado!” (Jo 19:30).

Além disso, pensar que não podemos ser perfeitos é declarar que a vida de Jesus não é perfeita, pois é a Sua vida, na verdade, que deve Se manifestar por meio de nós. Se a exigência fosse de operarmos algum tipo de justiça própria, é evidente que nunca poderíamos ser perfeitos.

Todavia, como é a vida do próprio Deus que vive em nós, certamente podemos refletir Sua natureza de todas as formas. Nossa velha vida foi completamente crucificada com Ele e Sua nova vida está cem por cento disponível para nós.

O caminho para obter essa vida elevada é o arrependimento. Todos nós precisamos experimentar um constante e profundo arrependimento para a vida. Quanto mais Deus nos capacita a nos arrepender, mais experimentamos Sua morte e ressurreição. Quanto mais Sua vida cresce dentro de nós e começa a predominar em nosso interior, mais temos o privilégio de desfrutar da verdadeira santidade.

Nunca devemos olhar para o comportamento daqueles que estão à nossa volta e justificar nossos pecados pela falta de santidade deles. Devemos apenas olhar atentamente para a face de Jesus Cristo, permitindo que nos transforme naquilo que Ele é. Esse é a verdadeira salvação.

TRANSFORMAÇÃO INSTANTÂNEA

Outro erro comum encontrado na Igreja contemporânea é o pensamento de que nossa presente condição não é tão importante porque seremos transformados subitamente mais tarde. Muitas pessoas crêem que, quando Jesus retornar, todos seremos transformados naquele momento. Talvez Ele nos toque com uma varinha mágica e “puf”! Seremos imediatamente santos e justos.

Então, (muitos pensam) por que haveria necessidade de sermos santos hoje? Parece ser tão “difícil”. Que diferença faz se ainda somos um “tanto quanto” pecaminosos? Se nos permitimos um pouco de prazer sensual? Se cometemos algum erro, de vez em quando? Se nos permitimos fazer coisas que sabemos que são erradas? Se todos nós vamos ser transformados sem custo, mais tarde, que diferença faz se somos completamente santos ou não hoje?

Esse erro parece estar grandemente baseado no seguinte versículo: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Co 15:51,52). Com certeza, esse é um versículo verdadeiro. Isso certamente acontecerá.

Contudo, precisamos notar seu contexto. Essa passagem está falando sobre a glorificação do nosso corpo. Não se dirige à questão da alma. Nosso corpo será instantaneamente transformado.

No entanto, a respeito do nosso interior, nossa alma, a Bíblia sempre fala que se trata de um processo e não de um evento. É algo que precisamos “desenvolver” com temor e tremor, cooperando com Deus (Fp 2:12). Isso é algo que leva tempo. Não há, na Palavra de Deus, a noção de que a transformação da alma seja um evento instantâneo. No decorrer do Novo Testamento, somos constrangidos a continuar, a obter, a carregar a cruz, a negarmos a nós mesmos e a sermos santos aqui e agora.

A vida de Deus deve crescer e amadurecer em nós. Esse processo requer tempo e disposição. Nenhuma vida amadurece de repente. Apenas um cogumelo, um inconsequente fungo esponjoso, brota da noite para o dia. Somente através do nosso contínuo e profundo arrependimento poderemos ser cheios da vida de Deus e ser livres de toda vergonha para nos encontrar com Ele quando vier.

Se a verdadeira santidade é um resultado da vida de Deus crescendo dentro de nós, como seria possível essa vida crescer instantaneamente?

Depois de: resistirmos à transformação por muitos anos; não termos nenhuma vontade de entregar nossa própria vida à morte; nos recusarmos teimosamente ceder às palavras de Jesus; como podemos imaginar que, na vinda de Cristo, Ele nos dominará e nos transformará de imediato? Com certeza, isso não passa de uma tolice e um pensamento que criamos para nos auto-satisfazer. É um equívoco a respeito de como funciona o processo da transformação.

EQUÍVOCOS ACERCA DO PERDÃO

O perdão é algo maravilhoso. Todos nós precisamos dele. Somos abençoados pelo fato de que Deus é um Deus de compaixão e perdão. Sem o perdão que Jesus providenciou para nós, estaríamos completamente perdidos. O poder do perdão pelo sangue de Jesus tem, de fato, um valor inestimável.

Mesmo isso sendo verdade, muitos crentes interpretam o perdão erroneamente. Eles supõem que a missão de Jesus, ao vir à terra e morrer pelos nossos pecados, foi meramente para nos perdoar. Talvez imaginem que a nova Criação que está por vir estará cheia de pecadores que ainda vão estar pecando e precisando ser perdoados todos os dias. Talvez pensem que vão continuar pecando eternamente e que Deus vai continuar perdoando-os para todo o sempre.

A verdade é que qualquer um que peca não poderá entrar no futuro novo mundo. Eles serão completamente excluídos. Se entrassem, poderiam pecar. Na verdade, seria inevitável. Mais cedo ou mais tarde eles pecariam e esse pecado destruiria a nova Criação de Deus. Por essa razão, não terão permissão para entrar.

Vejamos o exemplo de Adão e Eva. Quantos pecados foram necessários para destruir a presente Criação de Deus? Somente um, mas esse pecado talvez não pareça tão mal aos nossos olhos. Eva não matou ninguém. Não cometeu pecado sexual, como muitos pensam. Ela não roubou ninguém. Pelo contrário, seu pecado foi uma simples desobediência.

Mesmo que esse pecado pareça relativamente “pequeno”, foi o suficiente para devastar a terra recém criada por Deus. Tudo deu errado. A morte teve seu início. Uma infinita variedade de pecados começou a crescer no coração do homem e a se manifestar. O assassinato veio logo em seguida. Guerra, estupro, roubo, sequestro, ódio, briga e todo tipo de maldade que enche nosso mundo atual vieram daquele “pequeno” incidente.

Até mesmo o curso da natureza foi mudado. A terra começou a produzir erva daninha. Animais começaram a matar e comer uns aos outros. Grandes quantidades de insetos começaram a atormentar homens e animais. Doenças passaram a existir. Fome e pragas têm ocorrido. Perversidades de todo tipo surgiram.

Portanto, é fácil concluir que nenhum pecador entrará na nova Criação. Eles, simplesmente, não têm permissão para entrar. Se tivessem, logo pecariam e demoliriam a nova Criação, como nossos primeiros pais ruíram a atual.

Por causa disso, antes da nova Criação começar, o problema do pecado em nossas vidas precisa ser resolvido. Alguma coisa precisa acontecer. Precisamos ser mudados até que não pequemos mais. Precisamos ser transformados à imagem de um Cristo Santo.

A grande bênção é que nosso amado Deus tem um plano. Ele nos oferece uma provisão completa, a fim de que possamos ser absolutamente transformados. Seu plano é chamado: “arrependimento para a vida”.

Está escrito: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9). Esse versículo mostra-nos que Deus fará duas coisas. Quando nos arrependemos, isto é, nos “confessamos”, Ele certamente nos perdoará. E ainda fará algo mais. Ele nos “limpará”.

A palavra “limpar” não é o sinônimo de perdoar. Significa que Ele opera em nós para nos limpar de uma forma que não venhamos a pecar mais. O pecado, que nos contaminava, será limpo de nossas vidas. Deus trabalha junto conosco para crucificar nossa vida e natureza pecaminosa e as trocar por Sua própria vida e natureza santa. Esse é exatamente o Seu plano para todo o que crer.

Como você vê, perdão não é o alvo do propósito de Deus. Não é o fim. Não é Sua intenção final. Pelo contrário, é o meio pelo qual se atinge o fim. Esse “fim” é a completa transformação da nossa alma. Ele nos perdoa para que possa começar um relacionamento conosco. Seu perdão, baseado no sangue de Deus, permite que Sua santidade interaja conosco.

Essa interação, no entanto, não é somente ignorar nosso pecado. Existe um propósito muito mais elevado. Essa interação é para nos mudar, para purificar nossas vidas completamente, a fim de que não pequemos mais. É para nos fazer parecidos com Ele. É para nos preparar para Seu surgimento.

Louvado seja Deus! Ele prometeu purificar-nos de todo pecado!

O perdão, que está abundantemente disponível a qualquer pessoa, é que abre o caminho para entrarmos em Deus. Podemos compará-lo a uma espécie de passe, ou bilhete, que usamos para entrar em um show ou evento esportivo. Através do perdão de Deus temos acesso à Sua vida que opera a salvação. O perdão é a avenida pela qual entramos em tudo o que Jesus tem para nós. Que possamos não abusar desse perdão, mas usá-lo para obter tudo o que Ele tornou disponível a nós.

Final do Capítulo 3

Ler outros capitulos online:

Capítulo 1: ARREPENDIMENTO PARA A VIDA

Capítulo 2: O PROCESSO DE ARREPENDIMENTO

Capítulo 3: A VERDADE QUE NOS LIBERTA (Capítulo Atual)

Capítulo 4: O JULGAMENTO VINDOURO