Ministério Grão De Trigo

DOIS TIPOS DE DISCIPULADO

Este panfleto também é um capítulo no livro “Sementes 2” o livro completo pode ser baixado em formato eletrônico aqui.
Foto da tumba de Cristo vazia com a pedra posta ao lado da entrada, imagem para o livro sementes 2, capítulo 10, 'Dois tipos de discipulado', escrito por David W. Dyer

SEMENTES 2 ÍNDICE

Capítulo 1: ACIMA DE TODAS AS COISAS

Capítulo 2: CRIAÇÃO DE FILHOS

Capítulo 3: O DINHEIRO DE DEUS

Capítulo 4: PENSAMENTOS A RESPEITO DA LEI

Capítulo 5: UMA GAIOLA CHEIA DE PÁSSAROS

Capítulo 6: ANCIÃOS (PRESBÍTEROS) E DIÁCONOS

Capítulo 7: É POSSÍVEL A PERFEIÇÃO?

Capítulo 8: DIVIDINDO A ALMA E O ESPÍRITO

Capítulo 9: COMO SE REUNIR

Capítulo 10: DOIS TIPOS DE DISCIPULADO (Capítulo Atual)


Nas escrituras, somos instruídos a ir e fazer discípulos. Mas como vamos fazer isso? Qual é o melhor caminho para realizar essa tarefa?

Alguns, atualmente, estão usando uma abordagem muito “prática”. Eles acreditam que precisam supervisionar cuidadosamente a vida daqueles que estão discipulando. Eles seguem de perto as atividades de seus discípulos, dando-lhes conselhos e direção sobre uma grande variedade de coisas. Eles os orientam quanto ao local de trabalho, aconselham sobre com quem devem se casar, dão direção sobre questões financeiras e em quase todas as outras áreas de suas vidas. Nós encontramos um exemplo bem interessante deste tipo de discipulado nas escrituras.

Para começar, precisamos conhecer o contexto dessa história. Talvez essa parte da narrativa é um pouco parecida com a série “Game of Thrones” , série a qual saiu recentemente. Se você ler a história dos reis de Judá, você encontrará o registro de um rei chamado Joás. Antes de Joás se tornar rei, seu pai Acazias reinou no reino de Judá. A rainha-mãe, Atalia, era neta de Onri, um rei ímpio da nação vizinha, Israel.

Quando seu filho Acazias foi morto, Atalia tomou algumas medidas para não perder o controle sobre o reino. Ela matou todos os potenciais herdeiros do trono, assumiu o controle e reinou sobre Judá por seis anos. (A propósito, você sabia que Judá teve uma rainha reinando sobre eles por seis anos?) Mas sem que ela soubesse, uma das filhas do rei havia escondido um dos herdeiros para que ele não morresse.

Então, quando esse jovem garoto, cujo nome era Joás, alcançou a idade de sete anos, o sacerdote Joiada tirou-o do templo onde ele havia estado escondido, e o coroou rei. Enquanto fazia isso, matou Atalia. Você pode ler tudo sobre essa fascinante história em 2 Reis capítulos 8-12 e 2 Crônicas capítulos 22-24.

Então, o sacerdote Joiada se tornou o “mentor” ou discipulador do jovem rei, Joás. O sacerdote era um verdadeiro homem de Deus, e guiou Joás na direção certa por muitos anos. Ele providenciou esposas para ele. O aconselhou sobre muitas coisas. Através da sua orientação, o rei andou nos caminhos de Deus por um bom tempo.

Joiada foi tão bom em sua mentoria ao rei que, quando ele morreu, ele foi enterrado em uma área especial reservada somente para reis. Parece que todos reconheciam que ele é que era, realmente, o encarregado do reino. Não conheço nenhum outro caso registrado em que isso tenha acontecido. De fato, nem mesmo Joás, o jovem rei, recebeu esta honra quando morreu (2 Cr. 24:26). Joiada deve ter sido um discipulador muito bom!

Naturalmente, este homem de Deus não viveu para sempre. Mesmo que ele tivesse 130 anos, o que era cerca de duas vezes mais do que as outras pessoas viviam na época, ele acabou morrendo. Então, o que aconteceu com o seu “discípulo”? Ele continuou caminhando com Deus? Os anos de aconselhamento e treinamento lhe fizeram algum bem? Não!

Logo após a morte de Joiada, o sacerdote, Joás se afastou de tudo o que lhe havia sido ensinado e começou a praticar muitas coisas que Deus odeia. Debaixo da influência de outros, ele abandonou o templo e começou a adorar a Aserá e outros ídolos. Ele chegou a matar o filho de seu mentor que o repreendeu por se desviar e profetizou contra ele. (Veja 2 Crônicas 24:20-22 e Lucas 11:51).

O que podemos aprender dessa história? Aprendemos que existe um tipo de discipulado que realmente não funciona. Há uma forma de “orientar” ou discipular outra pessoa que parece produzir bons resultados, mas que na verdade não faz nada para mudar essa pessoa por dentro.

Ao longo dos anos caminhando com o Senhor, tenho visto muitos casos assim. Aqui no Brasil, existem alguns grupos que praticam o que eles chamam de “discipulado”. Cada membro do grupo tem um mentor ou discipulador pessoal, que guia suas vidas. Eles dão direção quanto a com quem se casar, qual trabalho escolher, os ajudam com questões financeiras, e muitas outras coisas. Em alguns casos, isso parece produzir “resultados”. Alguns desses discípulos parecem viver vidas que têm uma espécie de ordem e princípios divinos.

Também observamos situações semelhantes com pessoas que, embora não tenham um discipulador pessoal, pertencem a grupos que tendem a ser muito controladores da vida dos membros. Esses grupos geralmente são muito unidos e as vidas dos membros são examinadas de perto.

Devido à pressão dos companheiros do grupo, esses membros também tendem a ter uma vida que obedece a alguns padrões morais. As pessoas, nesses grupos, geralmente pensam bem de si mesmas porque têm uma conduta que parece estar acima da dos Cristãos em outros grupos menos controladores.

Mas notamos que quando as pessoas deixam esses grupos ou deixam seu regime de discipulado por uma razão ou outra, suas vidas geralmente mudam. Eles não continuam a aderir aos padrões os quais seus discipuladores ou grupo os ensinaram. Muitos caem em pecado ou mundanismo. Assemelham-se ao rei Joás, que parecia ter uma vida correta, mas que dependia muito do seu mentor para ter direção. No seu interior, seus corações não foram realmente transformados à imagem de Cristo.

Alguns voltam para o mundo. Outros abandonam a fé. Outros, ainda, se divorciam e concentram suas vidas em prazeres pessoais. Alguns vagam de um grupo cristão para outro, procurando algo ou alguém para substituir a falta de direção e cuidado que experimentaram ao serem discipulados ou influenciados por alguma igreja.

Em muitos casos, essas pessoas não sabem como seguir ao Senhor por si mesmas. Elas não desenvolveram uma intimidade pessoal com Deus. Se iludiram, pensando que estavam seguindo a Jesus, quando na realidade elas estavam apenas sendo guiadas por um mentor ou pela liderança de um grupo.

Consequentemente, elas têm pouca, ou nenhuma, experiência em seguir a Jesus pessoalmente. Elas não sabem ouvir Dele. Não sabem realmente ouvir a Sua voz (Jn 10:27). Suas faculdades espirituais não foram exercitadas ou “sintonizadas” com Deus para saber como andar com Ele. A ideia de seguir o Espírito é um mistério para elas pois há tanto tempo seguem a homens.

Muitos já me disseram que não conseguem se imaginar seguindo a Jesus por si mesmos. Eles foram tão instruídos a olhar para os homens em busca de orientação que até pensam que é algo rebelde ou errado ser guiado diretamente por Cristo. Certa vez, uma pessoa me disse o seguinte: “Se Deus quiser me conduzir ou falar comigo, Ele certamente falará com a liderança do grupo que então me passará por meio do meu discipulador.” Olhar diretamente para Jesus é considerado algo rebelde, independente e não submisso.

Os resultados desse tipo de discipulado são desastrosos. Homens e mulheres bem-intencionados tentando discipular outros levam esses discípulos a uma dependência de seus discipuladores, ao invés de depender do Senhor. Talvez, sem se darem conta, eles se tornam substitutos do Senhor Jesus na vida de seus discípulos. Então, se e quando essa conexão humana é quebrada, esses discípulos não têm ideia do que fazer, para onde ir, ou como caminhar com Jesus.

Talvez, sem perceber, esses discipuladores destroem a vida espiritual de seus discípulos. Incutem neles um medo de rebelião contra a autoridade da igreja, da liderança ou de seus discipuladores. Consequentemente, o discípulo se torna relutante em buscar a Deus por si mesmo. E se Deus dissesse algo diferente do que o grupo está dizendo? E se Ele lhes desse uma direção diferente? Isso, então, levaria o discípulo a um conflito, geralmente um conflito muito sério, com a liderança.

Frequentemente, esses discípulos são novos convertidos. Eles não têm a força espiritual ou experiência para entrar em tal conflito com a liderança do seu grupo. Consequentemente, muitos simplesmente escolhem evitar problemas e param de buscar a Deus. Contanto que eles apenas ouçam os seus discipuladores e os obedeçam, tudo ficará bem. Se eles, de repente, ouvirem o próprio Deus, isso poderia causar problemas.

Essa transição de buscar a Deus por si mesmo para a dependência dos homens é muito sutil. Leva tempo. Mas é o resultado inevitável da prática do discipulado que é humana em sua origem e prática.

Você pode se surpreender ao ouvir isso, mas grupos que praticam uma forma controladora de discipulado têm seres espirituais malignos trabalhando nos bastidores. Com certeza, não estão conscientes disso, mas é verdade do mesmo jeito. Esses discipuladores foram enganados e se tornaram ferramentas para as forças do mal, deixando para trás um rastro interminável de vidas destruídas. Temos visto centenas, senão milhares, desses exemplos.

Esses espíritos têm o propósito de destruir a caminhada de um novo cristão com o Senhor. Eles usam essas práticas erradas de discipulado para conquistar tal objetivo.

Essas forças do mal usam os grupos que têm essas práticas como isca para atrair novos convertidos que estão realmente buscando a Deus. Como esses grupos parecem ter uma atitude séria contra o pecado e exibem padrões morais superiores a muitos outros grupos cristãos mais frouxos e “relaxados”, esses novos convertidos são atraídos por eles. Uma vez que o novo cristão esteja dentro do grupo, esses espíritos malignos trabalham por meio desse discipulado para separar esses crentes de uma dependência exclusiva com o Senhor e dar-lhes medo de andar com Jesus buscando a Ele por eles mesmos.

Aprendem a ter medo de “serem rebeldes”. Aprendem a pensar muito alto de si mesmos, e mal de outros grupos cristãos. Em muitos casos, são ensinados que seus grupos são a igreja certa ou uma de poucas selecionadas. Então eles ficam com medo de pensar ou buscar a Deus por si mesmos e de sair do grupo.

Essas pessoas foram preparadas a pensar que seu grupo ou prática é o único caminho certo. Elas têm suas consciências treinadas para acreditar que o verdadeiro cristianismo é exatamente o que estão vivendo e crendo. Os espíritos malignos conseguiram realizar seu trabalho!

Então, quando saem do grupo (se saírem), ficam sem direção, perseguidos por acusações de rebelião, não sabendo para onde se voltar. Esses cristãos não apenas perdem seus amigos (e às vezes membros da família que estão no grupo) como muitas vezes se encontram sozinhos sem nenhum apoio. Se tornam fracos espiritualmente por terem seu relacionamento com Jesus substituído por outra coisa e não estão preparados para encarar os desafios de caminhar com o Senhor sem nenhum suporte humano.

Além disso, os espíritos malignos sob cuja influência eles têm vivido, ataca-os impiedosamente com acusações de rebelião, erro, de ter deixado Deus, etc. Em seu estado espiritual enfraquecido, são muito vulneráveis a tais ataques. Provavelmente sentem que caíram e estão longe do Senhor, porém, talvez, simplesmente não aguentem mais o grupo, e então saem. Nesses casos, muitos simplesmente desistem de tentar seguir a Jesus e voltam a ter uma vida mundana.

É muito difícil para essas pessoas encontrarem o caminho de algo genuíno. É difícil para elas acharem o caminho de volta para Deus. Infelizmente, a grande maioria dos que vimos sair de tais situações parecem não encontrar o caminho de volta para Deus. Eles parecem não ser capazes de identificar os erros e encontrar a verdade.

Uma vez que a igreja como um todo está em um estado espiritual decadente atualmente, essas pessoas têm poucas opções de onde procurar ajuda. Muito, muito frequentemente a fé dessas pessoas despreparadas naufraga. Pecado, confusão e mundanismo são o resultado.

Naturalmente, os grupos que essas pessoas deixam ou seus discipuladores, apontam suas falhas morais e usam isso para colocar medo no restante dos membros. “Olha”, eles dizem, “aquela pessoa saiu do nosso grupo (ou sistema de discipulado) e caiu em pecado! Veja como nossas práticas mantêm as pessoas no caminho certo! ” Ao fazer isso, eles ignoram suas próprias falhas.

Assim, observamos que, embora tal discipulado pareça produzir “resultados” e essas pessoas parecem exibir algum tipo de justiça em suas vidas, muitas vezes eles são apenas um Joás seguindo a orientação de Joiada. Algo que parece ser tão bom, está na verdade, danificando a vida espiritual desses discípulos.

Este método criou neles uma falsa sensação de bem-estar e de estar correto diante de Deus enquanto eles, de fato, não estavam se aproximando de Deus de forma alguma. Isso gerou uma dependência da liderança humana e não fizeram nada para construir sua intimidade com Deus, capacitando-os a ouvir Dele e O seguir por si mesmos.

Aqui precisamos nos fazer uma pergunta importante: o que estamos fazendo está realmente funcionando? Nossa maneira de discipular os outros é realmente transformando-os ou estamos apenas trabalhando na aparência e não no coração? Manter alguém longe do erro através de um sistema de orientação humana é realmente o que Deus quer? É isso o que Ele quis realmente dizer quando nos disse para “fazer discípulos”?

Se formos honestos, devemos admitir que, se o comportamento correto de alguém não continua após a supervisão ou a pressão externa ter sido retirada, então não houve mudança real e eterna neles. Embora possam ter apresentado mudanças em sua conduta, seus corações não foram transformados.

Estas considerações são extremamente sérias. Nós todos iremos prestar contas de nós mesmos diante de Deus. Lemos: “E disse aos seus discípulos: "É impossível que situações que levam alguém a tropeçar {ou, ficar ofendido} não aconteçam. Mas ai daquele através de quem elas vêm! Seria muito melhor para ele se uma pedra de moinho fosse amarrada ao pescoço e ele fosse lançado ao mar, em vez de fazer tropeçar um destes pequeninos {ou, se escandalize}’” Lc 17:1,2).

O VERDADEIRO DISCIPULADO

Então, como realmente fazemos discípulos? Qual é o jeito certo de proceder? Primeiro e mais importante é que devemos compreender que não podemos fazer discípulos para que se encaixem em um padrão moral ou em uma posição ética, mesmo que seja bíblico. Devemos fazer discípulos para uma Pessoa, Jesus. Nosso trabalho é trazer novos convertidos e outros para um relacionamento íntimo e pessoal com Jesus. Esta é a nossa primeira e única responsabilidade.

Em segundo lugar, devemos ter muito cuidado para que aqueles a quem discipulamos não se tornem dependentes de nós. Não devem se apoiar em nós. Não devem olhar para nós em busca de orientação. Devemos, em todos os casos, apontá-los para o Senhor para buscarem Seu apoio e orientação. Em muitos casos, isso é mais difícil do que simplesmente dar-lhes uma resposta bíblica fácil para suas perguntas. Mas se quisermos fazer verdadeiros discípulos, este é o único caminho.

A fim de discipular alguém, primeiro devemos conhecer a Deus por nós mesmos. Devemos cultivar uma intimidade com Ele. Nossas vidas, ou seja, nosso viver inteiro, deve ser entregue a Ele. Ele deve estar governando sobre nossos corações. Isso inclui governar nosso pensamento, nossos sentimentos e nossas decisões. Ele deve ser o Senhor de nossas vidas, não apenas em palavras, mas em prática.

Você nunca poderá levar alguém a algum lugar que você nunca tenha estado. Seu relacionamento com o Senhor não pode ser de “segunda mão”. A revelação que você tem não deve ser meramente algo que você leu em um livro ou algo que lhe foi ensinado. Todos nós precisamos ter experiências com o próprio Deus “em primeira mão” . Devemos conhecê-Lo por nós mesmos. E através desta intimidade com Ele, aprender a segui-Lo.

Quando Jesus se torna nossa vida - isso significa que Ele é a origem, a fonte do nosso viver - então estamos qualificados para mostrar aos outros o caminho. Talvez seja fácil simplesmente falar sobre alguns padrões bíblicos e éticos, mas o verdadeiro cristianismo é muito mais do que isto. É ser transformado de dentro para fora pela vida do próprio Deus. Para fazer discípulos, precisamos nos tornar discípulos. Nós precisamos permitir que Deus faça uma obra de transformação milagrosa em nosso ser.

Claro que isso não é fácil. Isso significa que precisamos ser preenchidos com a vida de Deus e experimentar Sua crucificação. Significa que temos que ter uma dedicação séria e de longo prazo para permitir que o Espírito Santo nos preencha e nos transforme.

Devemos nos tornar uma expressão viva de quem e o que Deus é. Precisamos chegar ao lugar onde Paulo chegou quando disse: “Para mim o viver é Cristo” (Fl 1,21).

DEUS NOS DEU O LIVRE ARBÍTRIO

Ao ajudarmos os outros a conhecer e seguir o Senhor, devemos sempre cuidar para respeitar o seu livre arbítrio, assim como Deus faz. Deus não complicará as coisas. Ele nunca insiste para que alguém O obedeça. Ele nunca discute conosco, tentando nos convencer a fazer a Sua vontade. Ele simplesmente fala o que Ele tem que dizer e deixa por isso mesmo.

Como exemplo, vamos lembrar de Eva no Jardim do Éden. Lá estava ela com o fruto proibido na mão. A boca dela estava aberta e ela estava prestes a dar uma mordida. Sem saber, ela estava prestes a destruir a nova criação de Deus. Com esta mordida, o pecado viria ao mundo. Todas as coisas horríveis que vemos hoje: doenças, crime, abuso, morte e muitas outras coisas são o resultado desta mordida.

Sem dúvida, Deus estava olhando. Mas observe isso! Ele não veio correndo para detê-la. Ele não estendeu a mão e a colocou entre a fruta e a boca. Ele não disse: “Pssssiu, Eva. O que você está fazendo? Eu proibi essa fruta. Você está prestes a arruinar tudo." Ele permitiu que ela escolhesse livremente.

Apesar do fato de que assassinato, estupro, doença, decadência, roubo, ódio, ciúme, e uma lista interminável de outros males estava prestes a começar, Deus não fez nada para interferir com o livre arbítrio dela.

Isso serve de lição para nós. Nós que O conhecemos, que deveríamos ser Seus representantes nesta terra, nunca poderíamos agir de forma pela qual Ele não agiria. Nós, Seu povo, não temos permissão para fazer coisas que Ele mesmo nunca faria.

Isso significa que nunca podemos pressionar as pessoas a fazer a Sua vontade, mesmo que façamos isso sutilmente. Não podemos insistir que façam a coisa certa. Não podemos obrigar os outros a ir na direção que achamos que eles deveriam ir. Isso inclui nos colocarmos em uma posição de ser um discipulador ou mentor a quem se espera que obedeçam.

Por exemplo, há momentos em que temos uma pergunta diante de Deus sobre alguma direção em nossas vidas. Mas você já notou que às vezes, quanto mais você quer uma “palavra clara do Senhor”, mais e mais quieto Ele fica? Em vez da voz estrondosa nos dizendo o que fazer (que é como gostaríamos que Ele falasse) Ele fala em um sussurro ou não fala nada de jeito nenhum. Isso é assim porque Ele não quer que O obedeçamos sem que nossos corações realmente estejam submetidos a Ele.

Se Deus gritasse do céu, a maioria de nós obedeceria com medo, querendo ou não. Mas tal obediência não agrada a Deus. Ele quer nossos corações.

Quando estamos discipulando outros, não podemos agir diferente Dele. Devemos ter cuidado para não dar apenas respostas fáceis às pessoas. Devemos ser muito cautelosos para não ser a fonte de Sua direção. Nosso trabalho é ajudá-los a olhar para Deus e ouvi-Lo. Nossa parte é continuamente apontá-los para Jesus ajudando-os a aprender a conhecer Sua voz e direção.

Essas pessoas com quem nos relacionamos devem se tornar discípulos de Jesus, não nossos discípulos ou seguidores de alguma religião ou de padrões morais. Precisamos mostrar Jesus agindo em nossas vidas e conduzindo-nos, para que tenham um exemplo a imitar. Em 1 Coríntios 11:1 Paulo diz: “Imitai-me no caminho que sigo o Ungido."

(Uma coisa que eu gostaria de deixar claro aqui, é que não estamos discutindo a criação de filhos naturais. Embora alguns desses princípios se apliquem, Nem todos eles são viáveis. Esse é um outro assunto sobre o qual não há lugar neste artigo para abordar.)

Devemos ser verdadeiros discípulos, tendo experiência em seguir a Jesus para compartilhar com os outros. Quanto mais nós sabemos como ouvi-Lo, incluindo as dificuldades, os desafios, os fracassos, os sucessos, mais seremos capazes de encorajar outros a se aproximarem Dele e experimentá-Lo por si mesmos.

Nossa caminhada com o Senhor é uma das partes mais importantes de fazer discípulos. Sem ela, nosso “discipulado” é uma casca vazia. Por exemplo: muitas pessoas que encontramos que deixaram algum grupo ou sistema de discipulado deixou seu grupo por causa de falhas morais dos dirigentes.

Esses líderes foram pegos em embriaguez, jogos de poker, adultério, mau uso do dinheiro e muitas outras coisas. Ainda, por muitos anos esses homens e mulheres têm exigido obediência de seus seguidores. Tal discipulado é apenas uma farsa! Enquanto os seguidores de tais líderes podem estar em conformidade com alguns padrões religiosos, eles não estão transformados à imagem de Cristo.

Não é de se admirar, então, que quando eles rompem com seu grupo e vão embora, não sabem para onde ir. Não foram levados a uma intimidade com o Deus do universo e, portanto, não sabem como ouvi-Lo e segui-Lo.

Queridos irmãos e irmãs, este é um assunto sério! Nós precisamos rever diante de Deus o que estamos fazendo. Nosso discipulado está proporcionando alguma mudança de vida ou algo que seja eterno, em nossos discípulos? Estão, eles, aproximando-se de Deus, aprendendo a amá-lo e a depender unicamente Dele? Ou estamos simplesmente agindo como Joiada guiando a vida de pessoas que dependem de nós e olham para nós?

O objetivo de Deus em segui-Lo não é simplesmente que vivamos vidas moralmente corretas. É que nossos corações sejam transformados para que sejamos como Ele.

David W. Dyer

Final do Capítulo 10

A sigla “VDP” que se encontra frequentemente neste livro se refere ao tradução do Novo Testamento “Vida Do Pai” que esta para ser editado no futuro por este ministério.

SEMENTES 2 ÍNDICE

Capítulo 1: ACIMA DE TODAS AS COISAS

Capítulo 2: CRIAÇÃO DE FILHOS

Capítulo 3: O DINHEIRO DE DEUS

Capítulo 4: PENSAMENTOS A RESPEITO DA LEI

Capítulo 5: UMA GAIOLA CHEIA DE PÁSSAROS

Capítulo 6: ANCIÃOS (PRESBÍTEROS) E DIÁCONOS

Capítulo 7: É POSSÍVEL A PERFEIÇÃO?

Capítulo 8: DIVIDINDO A ALMA E O ESPÍRITO

Capítulo 9: COMO SE REUNIR

Capítulo 10: DOIS TIPOS DE DISCIPULADO (Capítulo Atual)


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