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De Glória em Glória

O AMOR DE DEUS

Capítulo 2

De Glória em Glória, livro por David W. Dyer

Publicacao Grão de Trigo

Escrito por David W. Dyer

ÍNDICE

Capítulo 1: O AMOR DE DEUS

Capítulo 2: A OFERTA DA VIDA (Capítulo Atual)

Capítulo 3: AS DUAS ÁRVORES

Capítulo 4: AS DUAS NATUREZAS

Capítulo 5: A SENTENÇA DA MORTE

Capítulo 6: A SALVAÇÃO DA ALMA

Capítulo 7: O TRIBUNAL DE CRISTO

Capítulo 8: MONTANHAS E VALES

Capítulo 9: O SANGUE DA ALIANÇA

Capítulo 10: DIVIDINDO ALMA E ESPÍRITO (1)

Capítulo 11: DIVIDINDO ALMA E ESPÍRITO (2)

Capítulo 12: PELA GRAÇA, ATRAVÉS DA FÉ

Capítulo 13: A IMAGEM DO INVISÍVEL

Capítulo 14: A ESPERANÇA DA GLÓRIA

Capítulo 2: A OFERTA DA VIDA


Ao surgir este presente mundo, nosso Deus moldou um ser semelhante a Ele mesmo para Seus próprios e santos propósitos. Entre os principais destes propósitos, conforme discutimos no capítulo um, há o fato de que Ele está procurando uma noiva. Deus está no processo de criar para Si mesmo uma eterna companheira íntima. O homem, o objeto da atenção e afeição de Deus, é aquele que foi moldado para cumprir este maravilhoso desígnio.

Vamos lembrar aqui, entretanto, que no universo de Deus, somente criaturas semelhantes podem se casar. Tal intimidade só é permitida entre seres da mesma espécie. Portanto, para que os desejos de Deus sejam realizados, o homem deve ficar qualificado para participar desta união.

Ao olharmos firmemente para nosso primeiro ancestral com estes pensamentos em mente, algumas sérias deficiências se tornam aparentes. Adão, mesmo antes da queda, não estava qualificado para corresponder às intenções de Deus. Embora Ele se assemelhasse a Deus em muitas coisas, está claro que ele não era exatamente o mesmo tipo de ser que Deus é. À medida que meditamos nisso, um problema surge: Deus e o homem não têm o mesmo tipo de vida. Portanto, eles não podem ser considerados o mesmo tipo de ser.

Embora a vida que Adão e Eva possuíam fosse inicialmente boa e nunca terminasse, ela era uma variedade humana, criada. Em contraste com ela, a vida do seu Criador era a do tipo sobrenatural, sem princípio. Deus e o homem eram, obviamente, espécies diferentes. Suas vidas estavam em um plano completamente diferente. Uma era meramente humana e a outra era Divina. Uma era uma forma de vida inferior, ligada à terra por um corpo físico, enquanto a outra é Espírito e enche o Universo.

Não apenas a vida do homem não é igual à de Deus, mas ele nem mesmo é o segundo na fila. As Escrituras nos ensinam que o homem foi feito um pouco menor do que os anjos (Hb 2:9). Estas considerações nos apresentam evidência suficiente para imaginar que esse casamento entre Deus e o homem não seria possível.

Por esta análise, chegamos à conclusão de que o homem, da maneira como foi criado, não era adequado para ocupar a posição programada para ele. Portanto, é lógico supor que, já que nosso Criador tinha em mente esse plano glorioso, Ele também tinha algum modo de cumpri-lo. Ele deve ter feito alguma provisão para o homem mudar. Em algum lugar nos desígnios de Deus, deve ter havido um jeito preparado para o homem tornar-se algo diferente do que ele era, para preencher essas santas intenções.

E certamente havia. Deus, em Sua infinita sabedoria, tinha providenciado tudo o que era necessário. Não é surpreendente que a primeira sugestão da existência de tal plano seja também manifesta no Jardim do Éden.

Quando nós lemos o relato de Gênesis, entre as muitas descrições do jardim, duas árvores especiais são mencionadas – a “árvore da vida” e a “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2:9). Não temos que ler muito para descobrir que estas duas são muito mais do que simples árvores. O efeito devastador que comer da árvore errada teve sobre a humanidade parece ser evidência mais do que suficiente deste fato.

Todas as outras árvores do jardim tinham sido oferecidas livremente a Adão e Eva, como alimento, mas aquela específica árvore tinha sido proibida. Seu fruto era tão mortal, tão devastador, que prová-lo alterou para sempre o curso da história humana. Agora, em vista disto tudo, parece razoável supor que a outra árvore, a árvore da vida, também continha fruto de grande conseqüência. Se a “árvore da morte” tinha um efeito tão poderoso, o que teria acontecido se Adão e Eva tivessem provado da árvore da vida? Será que uma prova deste outro fruto teria mudado os dois de maneira igualmente dramática? Acredito que, à medida que prosseguimos, você verá que este é o caso.

Qual é, então, o significado da árvore da vida? O que Adão e Eva perderam pela desobediência ao Seu Criador? Talvez o melhor meio de descobrir isto seja olhar para o resto das Escrituras e ver se podemos encontrar lá qualquer indício. Conforme lemos em Gênesis capítulo 3, entendemos que essa árvore teria lhes concedido uma variedade de vida que eles ainda não possuíam.

Esta verdade é mostrada claramente pela afirmação que Deus fez, quando foram expulsos do jardim. Ele fez isso para que não tomassem também da árvore da vida, e a comessem e vivessem eternamente (Gn 3:22). Aqui, nós percebemos que Adão e Eva nunca tinham comido dessa árvore. Embora ela estivesse disponível a eles, nunca aproveitaram a oportunidade de saboreá-la. Se o tivessem feito, eles já possuiriam esse novo tipo de vida. De fato, é possível que, se eles tivessem primeiro provado desse fruto eles teriam tido a força e a sabedoria para sempre evitar o outro.

Conforme vimos, a árvore contendo vida estava “no meio do jardim” (Gn 2:9). Observe que não era a selva do Éden, mas um jardim, significando que fôra projetado por Alguém. Na selva, as plantas e árvores crescem aleatoriamente. Mas um jardim é projetado. E este Projetista colocou a árvore da vida no centro, como a peça central de Seu projeto. Seguramente isto nos indica que a dádiva dessa vida está no centro de todos as intenções de Deus concernentes ao homem. É, na verdade, o verdadeiro veículo através do qual Ele pretende transformar o homem, daquilo que ele era quando foi criado, para aquilo que Deus deseja que ele se torne.

Já que essa vida é tão importante para nós e para Deus, capacitando-nos a preencher Seu plano original, parece crucial que nós aprendamos o máximo que pudermos sobre isto. Cada cristão deveria entender completamente a ambos: a meta para a qual Deus está trabalhando e também os meios que Ele está empregando para chegar lá. Vamos, portanto, gastar um pouco de tempo para investigar o que exatamente esta “vida” significa.

DE ETERNIDADE A ETERNIDADE

A Escritura diz, no Salmo 90, versículo 2: “...de eternidade a eternidade, tu és Deus.” Isto é um pensamento muito profundo. Então, vamos parar aqui, e meditar sobre isso. Se pudermos voltar no tempo, o mais longe que nossa imaginação permitir, antes que tudo fosse criado – Deus está lá. E, de novo, se projetarmos nossos pensamentos para o futuro, o mais distante que possamos imaginar – para um tempo em que este mundo já tenha sido dissolvido e novas coisas tenham sido criadas – Deus ainda está lá, também. Nosso Pai celestial, não fica preso dentro do que chamamos “tempo.” O tempo faz parte da criação Dele. Ele existe além e muito acima do tempo.

Deus sempre existe e existe para sempre. Ele é um ser que nunca teve um princípio e nunca terá fim. O tipo de vida que Deus possui é “vida não criada.” Ele não começou em algum ponto particular no tempo. Portanto, a vida de Deus é descrita como sendo “eterna”. É “AIONION” na língua grega original, que significa “ATRAVESSANDO AS ÉPOCAS”.

Sua vida é tão cheia de vitalidade, tão duradoura, que mesmo a passagem do tempo não a diminui. É uma vida sem origem ou fim, sem tempo de nascimento ou hora de morte, imutável, incorruptível e imortal.

Esta pequena meditação nos leva ao verdadeiro significado da palavra “eterno.” Simplesmente, significa sem princípio e sem fim e descreve a verdadeira vida de Deus. Neste livro, daqui em diante, vamos usar a letra “V” em maiúsculo, na palavra “vida”, em referência a esta Vida especial, não criada.

Com tudo isso em mente podemos entender uma coisa muito profunda. Nosso Deus decidiu oferecer Sua própria Vida, essa Vida eterna, aos homens. Nas Escrituras, nós lemos sobre essa maravilhosa verdade: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna [AIONION ZOÊ]” (Jo 3:16). Louvado seja o Senhor! Aqueles que crêem em Jesus recebem essa Vida sobrenatural. Eles recebem, dentro de si, uma Vida não criada. Agora, não estão mais afastados da Vida de Deus (Ef 4:18), mas foram trazidos para um relacionamento de filho com Pai.

Este relacionamento começou através da procriação de Deus. Não somos simplesmente filhos “adotados” de Deus. Nós, seres humanos, somos realmente nascidos da própria Vida de Deus. Nós fomos gerados em uma esperança viva (1 Pe 1:3)! Nós somos “...regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível...” (1 Pe 1:23. Veja também Jo 1:13, 3:3-8, 1 Jo 2:29, 3:9, 4:7, 5:1, 4 e 18).

Que coisa indescritível Deus fez por nós, pequenos e insignificantes seres humanos! Como pais e mães, nós geramos filhos e filhas transmitindo nossa vida a eles. Quando concebemos e parimos crianças, nós lhes transmitimos a vida humana. Da mesma forma, Deus, em Sua gloriosa e imensurável misericórdia e bondade, escolheu dar aos homens mortais Sua própria Vida incorruptível, sem princípio e sem fim, eterna. Este é verdadeiramente um grande amor que Deus tem pelo mundo. Nada no universo é mais precioso, mais valioso do que a Vida de Deus.

Antigamente, Deus era o único ser que podia ser chamado “imortal”. 1 Timóteo 6:16 diz que Ele é: “...o único que possui imortalidade”. Isso porque só Ele nunca teve início nem fim. Mas, agora Ele está gerando mais filhos, e estes filhos são também seres imortais, porque compartilham a mesma Vida não criada Dele. 2 Timóteo 1:10 revela que Ele: “...trouxe à luz a vida [ZOÊ] e a imortalidade, mediante o evangelho”.

Nenhum presente poderia ser maior. Nós temos a oportunidade de nos tornarmos participantes de tudo o que Deus é. Ele concedeu Sua Vida aos homens e os está chamando a crescerem em direção a tudo o que Ele é por meio desta Vida. Que notícia maravilhosa!

TRÊS PALAVRAS GREGAS

Infelizmente, a grande verdade, de que Deus concede Sua própria Vida aos homens, tem sido um tanto obscurecida, pela tradução das palavras gregas à nossa própria língua. Os gregos eram evidentemente muito filosóficos quanto à ideia de “vida” e tinham diferentes palavras para distingui-las, enquanto que em português nós temos apenas uma palavra. Isto então confunde o verdadeiro significado das palavras do Novo Testamento.

Para nossos propósitos aqui, estaremos focalizando três palavras gregas do Novo Testamento, que são traduzidas em português por uma única palavra: “vida”. Muito embora estas três palavras sejam traduzidas como uma única palavra portuguesa, elas têm significados distintos. Se não distinguirmos entre elas, podemos estar ignorando uma revelação indescritivelmente essencial.

A primeira palavra que é traduzido por “vida”, em nossas versões, é “BIOS,” que se refere à nossa vida neste mundo físico. Esta é a palavra que dá origem ao termo “biologia” e inclui conceitos como nosso sustento, a duração de nossa vida física e nossa conduta moral.

A segunda palavra que é traduzida por “vida”, em português, é “PSUCHÊ”. Esta palavra tem sido traduzida como “alma” e como “vida” e, talvez, devesse aparecer em alguns lugares traduzida por “VIDA DA ALMA” para dar um significado mais preciso. Através do Novo Testamento, esta palavra representa a “constituição” psicológico ou a “vida da alma” que o homem possui. É esta vida que compreende nosso pensamento, nosso sentimento e nosso processo de tomada de decisões. E é nesta vida que os homens, que não nasceram de novo, vivem neste presente mundo.

AIONION ZOÊ

Entretanto, há uma terceira palavra grega, uma palavra mais importante, que quer dizer “vida.” Esta palavra é “ZOÊ.” Ela significa, de acordo com o Dicionáriio Expositório de Palavras do Novo Testamento W.E. VINE, “vida como Deus a tem”. No que se refere à “vida”, Deus realmente a tem! No Novo Testamento, esta palavra “ZOÊ” é usada predominantemente para se referir à própria Vida de Deus. Esta única e especial palavra foi usada pelos escritores do Novo Testamento, inspirados por Deus, para se referir à Sua própria Vida incorruptível, sem princípio e sem fim.

Portanto, quando a Bíblia fala sobre a nova Vida que Deus nos dá através de Jesus, é esta palavra “ZOÊ” que é usada e não “BIOS” ou “PSUCHÊ”. A frase “vida eterna” é expressa em grego como “AIONION ZOÊ” e significa uma vida que “ATRAVESSA AS ÉPOCAS”. Esta “AIONION ZOÊ” – atravessando o tempo, nunca iniciada, nunca interrompida, nunca cessante Vida de Deus – isto é o que Jesus veio trazer para nós.

Irmãos e irmãs, nós recebemos um Dom indescritível. Deus nos deu muito mais do que poderíamos pedir ou mesmo imaginar. Nós, frágeis seres humanos, existindo em corpos decadentes, vivendo em um mundo que está sucumbindo e desmoronando em muitos sentidos diferentes, chegamos à mais maravilhosa constatação. O Deus do Universo nos tomou em Seu coração e decidiu nos conceder Sua própria Vida – uma substância de Vida incorruptível, imutável, que é impossível destruir.

Jesus Cristo levantou-Se dos mortos porque não era possível que a Vida que Ele possuía pudesse ser retida pela morte (At 2:24). Assim, nós também, tendo sido feitos filhos de Deus através do novo nascimento, nos tornamos participantes de uma Vida sobre a qual a morte não tem poder. Jesus disse que todo aquele que Nele crê, não perece, mas já “...passou da morte para a vida [ZOÊ]” (Jo 5:24).

Esta é uma verdade essencial. A dificuldade que muitos crentes têm em viver uma Vida verdadeiramente espiritual pode ser localizada precisamente neste ponto. Todos nós sabemos que Jesus Cristo veio para nos trazer Vida. Mas que tipo de vida? Se a distinção entre as três palavras gregas não é feita, é possível para alguns, pensar que a “vida abundante” (Jo 10:10) significa ter muito dinheiro, muita luxúria ou preencher sua vida com prazeres e materiais físicos (BIOS).

Outros podem imaginar que a “vida abundante” significa estar feliz ou satisfeito em nossa existência terrena (PSUCHÊ). Muitos dos que estão corrompidos deste modo acabam caindo num sério erro ou pecado. Compreendendo mal os propósitos de Deus e falhando em discernir o tipo de vida que Jesus veio nos dar, eles têm se desviado para perseguir uma “outra vida” – uma vida sensual ou uma vida mundana – uma vida que logo descobriremos que Jesus veio para condenar.

DURANDO PARA SEMPRE OU ETERNA?

Uma outra concepção errada na Igreja hoje, é que a vida “eterna” é simplesmente uma extensão ou um prolongamento da vida com a qual nós nascemos. Esta compreensão errônea tem sido encorajada em parte pelo uso da palavra “perpétua” no texto. Em muitas traduções para o português, as palavras perpétua e eterna são usadas alternadamente. Entretanto, “perpétua” é uma tradução incorreta da palavra “AIONION”.

Isto tem sido a causa de alguma confusão, já que existe um significado diferente no seu sentido na língua portuguesa. Enquanto que “eterno” significa “sem princípio ou fim”, a palavra “perpétua” poderia ser aplicada a uma criatura que nasceu em um determinado momento no tempo e, então, durou para sempre. Conseqüentemente, é fácil para alguém que lê sobre a vida “perpétua” supor que se refere à continuação infinita de sua própria vida.

Conforme vimos, este não é o caso. Para anular este engano, vamos apenas nos lembrar que, no texto bíblico, ambas as palavras “eterna” e “perpétua” se referem à mesma coisa: a Vida de Deus. Elas não se referem a uma extensão de nossa própria vida. Realmente, não recebemos uma vida perpétua, mas Vida eterna.

Todo aquele que crê em Jesus recebe a própria Vida de Deus. E esta Vida é o meio que Deus vai usar para nos mudar daquilo que somos, para aquilo que Ele planejou que fôssemos. É esta Vida que tornará a nossa natureza semelhante à Dele. Assim, como no princípio, quando nosso Pai Celeste colocou diante do homem a oferta de Sua própria Vida na forma de uma árvore, assim também hoje, Ele a faz disponível a todos através de Seu próprio Filho.

As Escrituras ensinam claramente que “Aquele que tem o Filho tem a vida [ZOÊ]” (1 Jo 5:12). Aqueles que são sábios tomarão posse desta Vida, se encherão dela e assim obterão todos os benefícios dela. Aqueles que são tolos a negligenciarão, como fizeram nossos ancestrais, e eventualmente, sofrerão as conseqüências. A Vida de Deus, que Ele nos concedeu, é absolutamente crucial para o nosso caminhar espiritual. É esta Vida que é a fonte de tudo o que Deus está operando dentro de nós.

Espero que esteja absolutamente claro que Jesus morreu, não para nos dar um novo lugar para viver o resto de nossas vidas, por exemplo, o “céu”. Ele também não nos trouxe uma extensão da vida com a qual nascemos. Ele veio para nos dar uma Vida que é inteiramente diferente de qualquer outra que tenhamos conhecido previamente.

Jesus Cristo veio para conceder aos homens a Vida não criada, eterna, do próprio Deus. Ele veio com a intenção de nos dar a verdadeira Vida, essência e natureza de tudo aquilo que Deus, o Pai, é. O que Jesus trouxe à terra para os homens é a mais preciosa substância! Não há mais nada no Universo semelhante a ela. A Vida que Ele veio para nos dar nunca começou e, por definição, não pode nunca acabar. Nós nos tornamos participantes da Vida de Deus. Aleluia! Estas são realmente boas novas!

EXPULSOS!

Como já discutimos, desde o início, Deus desejava oferecer a Vida Dele ao homem. Lá no Jardim do Éden, Ele colocou a árvore da Vida, assim disponibilizando a Vida Dele a Adão e Eva. Mas, depois que eles pecaram, foram expulsos do jardim, e o caminho para o Jardim do Éden – a avenida que ia para a árvore da Vida – foi bloqueado por um querubim, junto com uma espada flamejante. O caminho original, o caminho que Deus pretendeu que o homem seguisse, estava agora inviável.

Qualquer um que procurasse entrar naquele lugar seria morto. O julgamento de Deus, simbolizado pelo querubim com a espada flamejante, agora permanecia entre o homem e a Vida sobrenatural. O que anteriormente havia sido oferecido gratuitamente, agora era cuidadosamente guardado, e o homem pecador era, por causa disso, proibido de ter acesso. Agora, o homem, ao invés de ter o favor de Deus, estava debaixo de Seu julgamento.

O êxtase que o primeiro casal uma vez gozou e a comunhão com Deus, que era tão familiar a eles, repentinamente desapareceram. A escolha que os dois fizeram tinha conseqüências. Aparentemente o diabo tinha obtido a vitória e os propósitos eternos de Deus tinham sido contrariados. O homem, a quem Deus criou à Sua própria imagem e semelhança, pretendendo que ele se tornasse Sua noiva santa, tinha, ao contrário, se tornado contaminado pelo pecado e desqualificado para compartilhar de Sua própria Vida.

Mas, talvez, o diabo não tenha compreendido a profundidade do amor de Deus por Sua noiva. Talvez ele tenha falhado em sondar a extensão dos caminhos pelos quais Ele atingiria os Seus propósitos. A intenção original de Deus permaneceu imutável. Seu desejo profundo de compartilhar Sua Vida com os seres humanos continuava persistente.

Aquelas criaturas especiais, as únicas em todo o Universo a possuir a imagem e semelhança do Deus eterno, tinham caído.

Ainda assim, Deus ansiava que eles fossem trazidos de volta à comunhão consigo mesmo e estivessem novamente em uma posição de participar de tudo o que Ele planejava para eles. Seu incompreensível amor pela humanidade não diminuíra. Seu plano inicial de criar o homem e oferecer-lhe Sua própria Vida ainda queimava em Seu coração. Deus, em Sua infinita sabedoria e de acordo com Seu propósito eterno, tinha preparado um outro caminho, um “novo e vivo caminho” de volta para Ele mesmo (Hb 10:20).

O PLANO DA REDENÇÃO

Porque a rebelião do homem exigia a pena de morte e barrava o caminho para a Vida, Deus, para realizar Seu plano, tinha que encontrar um substituto. Através de Seu imponderável conhecimento, Ele encontrou uma Pessoa que desejava provar a morte em nosso lugar – Seu próprio Filho. Em Sua carne, Jesus Cristo fez expiação para a rebelião do homem e pelo seu pecado. Em Si mesmo Ele carregou nossos pecados na cruz, tirando-os do caminho. Jesus nos reconciliou com Deus.

Por meio de Cristo, nós fomos trazidos de volta para um relacionamento com o Pai. Pelo trabalho do Filho, o derramar de Seu sangue, agora nós temos acesso a Deus. Mais uma vez, o caminho para a Sua Própria Vida foi aberto. Que coisa infinitamente preciosa Jesus fez por nós, indignos pecadores, trazendo-nos de volta a Deus e abrindo o caminho novamente para compartilharmos de Sua Vida não criada, eterna.

Veja, Deus não poderia dar Sua Vida a seres injustos. Ele não iria colocar Sua Vida santa, sem pecado, em vasos poluídos. O pecado havia impedido os propósitos de Deus. Era impossível para Ele permitir que Sua Vida fosse misturada com a injustiça do homem.

Assim, antes da concessão de tal pura substância, o receptáculo tinha que ser purificado. O sangue de Cristo derramado no Calvário providenciou tal limpeza. A inocência e a pureza da Vida que foi tomada ali, às vistas de Deus, purificou a nossa imundície. Então, de um modo sobrenatural, que é difícil para entendermos, Deus apagou o nosso pecado e removeu os obstáculos que estavam no caminho.

Quando chegou o tempo certo, Deus mandou Seu próprio Filho para nos resgatar. Ele O sacrificou, permitindo que fosse torturado, ridicularizado e morto. O julgamento que estava reservado para nós caiu sobre o Cordeiro. Com Sua morte na cruz, a exigência de justiça de Deus estava satisfeita e o querubim do julgamento, com a espada flamejante, foi tirado do caminho. Novamente, o caminho para a árvore da Vida foi aberto e o convite oferecido.

Jesus não apenas providenciou para nós o caminho para a Vida, mas Ele era também a manifestação desta Vida. Quando Jesus veio a esta terra, veio como um vaso contendo a Vida de Deus. Nós lemos nas Escrituras: “A vida [ZOÊ] estava nele e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:4). E, de novo, nós lemos: “...a vida [ZOÊ] se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada...” (1 Jo 1:2).

Parte da missão de Jesus foi contar à humanidade tudo o que o Pai estava oferecendo. Ele era a completa declaração dos pensamentos e das intenções de Deus. A Vida de Deus, que de uma maneira obscurecida foi manifestada no Jardim na forma de uma árvore, foi agora completamente demonstrada em Jesus Cristo.

O próprio Jesus proclamou isto. Ele convidou as pessoas a virem até Ele e comerem, e a virem até Ele e beberem (Jo 6:54). Explicou que ele era “o pão da vida [ZOÊ]” (Jo 6:48) e “o caminho, a verdade e a vida [ZOÊ]” (Jo 14:6). Ele até mesmo instruiu Seus seguidores a comerem Sua carne para obter Vida, causando ofensa a muitos deles (Jo 6:53). Mas isto não deveria nos preocupar. Ele estava ali simplesmente proclamando que tudo aquilo que havia estado à disposição no Jardim, em forma de árvore, era agora oferecido através Dele. Por meio de Seu Filho, Deus estava novamente ofertando a Vida. Hoje, assim como nos dias dos nossos primeiros ancestrais, há uma escolha para cada ser humano fazer. Como estamos respondendo a ela?

O CRESCIMENTO ESPIRITUAL É ESSENCIAL

Uma vez que somos nascidos do alto, este é apenas o começo de uma vida cristã. Embora seja maravilhoso receber a Vida de Deus, este é apenas o primeiro passo para um longo e duradouro processo de crescimento no Senhor. É apenas a introdução à realidade de aperfeiçoar nossa santidade no temor de Deus (2 Co 7:1).

Não apenas necessitamos receber essa nova Vida, mas também precisamos fazê-la crescer em nós, até a completa maturidade. A Bíblia ensina que, depois de ter nascido em uma manjedoura, “Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça...” (Lc 2:52). Da mesma forma, nós também precisamos crescer espiritualmente até que a expressão de Deus através do nós seja completa.

Nós, como cristãos, precisamos nos livrar da noção de que, uma vez que recebemos Jesus, isto é a consumação da experiência espiritual. Receber a Vida de Deus por meio do Espírito é apenas o começo. Assim como o nascimento de um bebê é apenas o primeiro evento de uma vida inteira, assim também, quando somos nascidos do Espírito, este é apenas o passo inicial de uma vida cheia de crescimento no conhecimento de Deus.

A intenção do Pai é que nós estejamos comendo e bebendo diariamente, e desse modo, crescendo naquilo tudo que Cristo veio trazer – tudo que é derramado em nós pelo Espírito Santo. A Vida de Deus, o mais precioso e valioso elemento de todo o Universo, é abundantemente disponível a cada crente hoje, agora. Através do Seu Espírito, nós podemos continuamente compartilhar da AIONION ZOÊ.

Por toda a parte, as Escrituras falam de tal crescimento. Efésios 4:15 nos estimula para que “...cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo...” recomendando que não sejamos mais bebês que são facilmente enganados. 1 João, capítulo 2, fala de diferentes estágios de crescimento espiritual, isto é, crianças, jovens e pais. Certamente é fácil ver, então, que a maturidade não é instantânea, mas toma tempo e atenção. Isto também é uma parte essencial da nossa experiência cristã.

Permanecer um bebê não é suficientemente bom. O crescimento espiritual é o único rumo para aqueles que são sábios. Precisamos continuamente buscar o Senhor e nutrir esta Vida que nos foi concedida para que ela possa crescer até a maturidade.

Em toda a parte, na natureza, notamos que todos os tipos de vida devem crescer. Muito embora, por exemplo, um completo carvalho esteja contido em uma semente, leva tempo e nutrição para que aquela árvore atinja sua própria estatura. Do mesmo modo, muito embora a Vida que recebemos de Deus esteja completa, leva tempo e atenção que ela chegue à maturidade.

Se é para sermos filhos úteis de Deus, manifestando Sua Vida e natureza ao mundo de uma forma poderosa, nós também precisamos crescer em Sua plenitude (Ef 4:14,15). Bebês são maravilhosos, mas eles não são muito úteis. Em vez de serem capazes de ajudar e de contribuir para o bem estar e manutenção da casa, eles próprios requerem nosso tempo e atenção. Creio que Deus ama grandemente todos os Seus bebês, mas também estou firmemente convencido de que Ele está procurando filhos que tenham crescido à maturidade para cumprir Seus propósitos na terra.

Muitos cristãos supõem que nascer de novo é o ponto máximo a ser atingido. Eles imaginam que, após a regeneração, a única coisa que resta é acumular “recompensas” no céu. Como isto está longe da verdade! Crescer até uma completa maturidade espiritual é o único jeito de sermos realmente úteis ao reino de Deus.

É importante perceber que tal crescimento não acontece automaticamente. Deus não está impondo Seu caminho a nós. Ele graciosamente nos permite toda a escolha. Assim como tivemos que fazer uma escolha para receber Sua Vida, a fim de sermos nascidos de novo, assim também precisamos diariamente fazer uma escolha, para sermos preenchidos com Sua Vida. Ninguém mais pode fazer você crescer. Quando nós não aplicarmos nossos corações para buscar a presença do Senhor, a cada dia, e negligenciarmos gastar tempo em uma comunhão íntima com Ele, cresceremos muito pouco. Se nossa escolha é aplicar nosso tempo perseguindo nossos próprios interesses, a dormência espiritual é uma certeza.

O crescimento na Vida de Deus está disponível a todos, mas só é conseguido por aqueles que fazem uma escolha consciente de persegui-Lo. Aqueles que fazem esta escolha serão beneficiados grandemente, não apenas neste mundo, mas também naquele que está por vir.

Mais uma vez, conforme foi com nosso antepassado Adão, a escolha é nossa para ser feita a cada dia. Estamos, então, escolhendo de acordo com o desejo de Deus e participando daquilo que Ele está gratuitamente oferecendo? Ou nós, como o primeiro homem, prestamos pouca atenção àquilo que foi tão generosamente providenciado e seguimos nosso próprio caminho? Essa não é uma consideração pequena ou insignificante.

É fácil demais ficarmos preocupados com as coisas em volta de nós e as aparentes bênçãos que Deus nos deu e, assim, negligenciar a coisa mais importante de todas. Estas escolhas diárias têm conseqüências eternas. A misericórdia e o favor imerecido de Deus não deveriam ser levianamente desconsiderados. Nosso Deus nos concede misericórdia para que possamos participar de Sua Vida continuamente!

Nos próximos capítulos deste estudo, estaremos meditando sobre muitos diferentes aspectos do que Deus está fazendo em Seu povo e por meio dele. Entretanto, para fazer isto adequadamente, primeiro precisamos estar firmemente enraizados a nesta compreensão básica: Vida eterna não é a nossa própria vida durando para sempre, nem é simplesmente um seguro contra incêndio, que nos garante que não passaremos a eternidade no lago de fogo. Receber a Vida eterna é nada menos que receber a própria Vida de Deus!

É por meio desta Vida, que Deus está trazendo muitos filhos para a glória. Sem dúvidas, Deus tem intenções sérias concernentes à dádiva de Sua Vida. Ele não fez esse trabalho indiscriminadamente. Então, se queremos preencher Seus requisitos, precisamos guardar cuidadosamente o bom depósito que Ele nos confiou (2 Tm 1:14).

Final do Capítulo 2

Ler outros capitulos online:

Capítulo 1: O AMOR DE DEUS

Capítulo 2: A OFERTA DA VIDA (Capítulo Atual)

Capítulo 3: AS DUAS ÁRVORES

Capítulo 4: AS DUAS NATUREZAS

Capítulo 5: A SENTENÇA DA MORTE

Capítulo 6: A SALVAÇÃO DA ALMA

Capítulo 7: O TRIBUNAL DE CRISTO

Capítulo 8: MONTANHAS E VALES

Capítulo 9: O SANGUE DA ALIANÇA

Capítulo 10: DIVIDINDO ALMA E ESPÍRITO (1)

Capítulo 11: DIVIDINDO ALMA E ESPÍRITO (2)

Capítulo 12: PELA GRAÇA, ATRAVÉS DA FÉ

Capítulo 13: A IMAGEM DO INVISÍVEL

Capítulo 14: A ESPERANÇA DA GLÓRIA